Nuclear: Agência Internacional confirma nova violação pelo Irão
A Agência Internacional de Energia Atómica confirmou hoje que o Irão vai começar a instalar equipamentos técnicos para a produção de urânio metálico, violando mais uma vez o acordo nuclear internacional.
© Reuters
Mundo Irão
O Irão mantém os seus planos de conduzir pesquisa e desenvolvimento na produção de urânio metálico como parte do seu "objetivo declarado de projetar um tipo aprimorado de combustível", disse a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), com sede em Viena.
Contudo, o urânio metálico também pode ser usado para uma bomba nuclear e a investigação sobre a sua produção é explicitamente proibida no chamado Plano de Ação Conjunto, o acordo assinado com diversas potências mundiais, em 2015.
O objetivo final do acordo é impedir o Irão de desenvolver uma bomba nuclear, algo que o Irão insiste que não tenciona fazer, apesar de já ter produzido urânio enriquecido suficiente para fazer uma bomba.
Os inspetores da AIEA visitaram a base de Isfahan e oficiais foram informados por Teerão, na quarta-feira, de que "a modificação e instalação do equipamento relevante para as atividades de pesquisa e desenvolvimento já foram iniciadas", disse a agência.
O embaixador do Irão junto da AIEA, Kazem Gharibabadi, repetiu essa mensagem numa mensagem na rede social Twitter, na quarta-feira, acrescentando que "o urânio natural será usado para produzir urânio metálico no primeiro estágio".
Em declarações à agência de notícias oficial do Irão, IRNA, Gharibabadi disse ainda que a medida colocará o Irão ao nível das "nações progressistas na produção de novos combustíveis".
Esta é a mais recente de uma série de violações do acordo nuclear cometidas pelo Irão desde que o Presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos unilateralmente do tratado, em 2018, alegando que ele precisava ser renegociado.
Teerão tem usado as violações para pressionar os outros signatários -- Reino Unido, França, Alemanha, China e Rússia - para fornecer mais incentivos ao Irão, compensando as sanções norte-americanas impostas desde que os EUA saíram do acordo.
O Presidente eleito dos EUA, Joe Biden, que era vice-Presidente de Barack Obama quando o acordo foi negociado, disse que espera regressar ao tratado.
Contudo, Reino Unido, França e Alemanha disseram na semana passada que o Irão "arrisca comprometer" as hipóteses de um regresso de Washington ao acordo, quando Teerão anunciou outra violação, anunciando que iria iniciar o enriquecimento de urânio para 20% de pureza, um passo técnico longe do nível necessário para produzir uma bomba, situado em 90%.
Os chefes das diplomacias das três nações europeias signatárias do tratado disseram, numa declaração conjunta, que a atividade iraniana "não tem nenhuma justificação credível", acrescentando que o enriquecimento de urânio foi uma violação clara do acordo e "esvazia ainda mais o acordo".
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha não fez, por agora, mais comentários, mas o anúncio sobre a produção de urânio metálico complica ainda mais a tentativa de trazer Washington de regresso ao acordo.
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