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EUA desistem de ser observadores nas eleições presidenciais no Uganda

A embaixadora dos Estados Unidos no Uganda disse hoje que a embaixada cancelou os planos para acompanhar as eleições presidenciais do país, depois de as autoridades terem negado a credenciação à maioria dos membros da equipa de observadores.

EUA desistem de ser observadores nas eleições presidenciais no Uganda
Notícias ao Minuto

09:33 - 13/01/21 por Lusa

Mundo Eleições

Em comunicado, a embaixadora Natalie E. Brown expressou "profunda deceção", destacando que mais de 75% das acreditações foram negadas.

"Com apenas 15 acreditações aprovadas, não é possível aos Estados Unidos observar de forma significativa a condução das eleições no Uganda em locais de votação em todo o país', afirmou.

Quase 18 milhões de eleitores no Uganda, um dos países mais jovens do mundo, escolhem na quinta-feira um Presidente para os próximos cinco anos, num escrutínio que culmina uma campanha presidencial marcada pela repressão policial e violência sem precedentes.

"Como afirmámos anteriormente, os Estados Unidos não tomam partido nas próximas eleições do Uganda. Apoiamos um processo eleitoral livre, justo, pacífico e inclusivo", disse a embaixadora.

Sem a "participação robusta de observadores, as eleições no Uganda não terão a responsabilidade, transparência e confiança que as missões de observação fornecem", sublinhou.

A declaração da embaixada dos EUA surge depois de o Presidente de Uganda, Yoweri Museveni, ter falado duramente contra os parceiros, Facebook e grupos externos não identificados que acusou de "arrogância".

O Uganda ordenou na terça-feira aos seus operadores de Internet a suspensão "imediata" do acesso a todas as redes sociais e serviços de mensagens - Facebook, Twitter, WhatsApp, Signal e Viber - até novo aviso, que pode não acontecer logo após o escrutínio.

Os observadores da União Europeia, destacados em todo o Uganda nas eleições de 2006, 2011 e 2016, não irão observar este sufrágio, uma vez que a oferta de Bruxelas de destacar uma pequena equipa de peritos eleitorais não foi aceite.

O governo de Uganda tem alegado repetidamente que os estrangeiros estão a apoiar a oposição.

O atual chefe de Estado, Yoweri Museveni, 76 anos e há mais de 35 no poder, candidato pelo Movimento de Resistência Nacional (NRM, na sigla em inglês), partido histórico no poder, enfrenta nas eleições 10 candidatos, entre os quais se destaca Robert Kyagulanyi Ssentamu, ex-cantor "afrobeat" com 38 anos, conhecido pelo seu nome artístico, Bobi Wine, muito popular no país e candidato à presidência ugandesa pela Plataforma de Unidade Nacional.

Desde 08 de novembro, início da campanha eleitoral, vários candidatos da oposição, entre eles Bobi Wine, foram detidos por diversas vezes e impedidos de fazer campanha, a pretexto de restrições impostas às concentrações populares no âmbito do combate à pandemia do novo coronavírus.

A repressão de manifestações no país em reação a uma das detenções de Wine resultou na morte de, pelo menos, 54 pessoas pela polícia, intensificando a pressão internacional, particularmente por parte dos Estados Unidos da América, aliados tradicionais de Museveni.

Antiga colónia britânica, o Uganda nunca assistiu a uma transição pacífica do poder desde a sua independência, em 1962. Entre 1966 e 1986, ano em que Museveni ascendeu ao poder, o país sofreu cinco golpes de Estado e manteve regimes que mataram dezenas de milhares de pessoas.

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