Palestinianos condenam visita de Pompeo a colonato israelita
Os palestinianos condenaram hoje a visita do chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, a um colonato israelita na Cisjordânia ocupada e a decisão de daí rotular as exportações como provenientes de Israel.
© Reuters
Mundo Estados Unidos
"A decisão ignora descaradamente o Direito Internacional", criticou Nabil Abou Roudeina, porta-voz do Presidente palestiniano Mahmoud Abbas, num comunicado.
"A visita não irá permitir legitimar os colonatos israelitas, que irão desaparecer, mais cedo ou mais tarde", acrescentou, apelando à comunidade internacional para que "assuma as suas responsabilidades e ponha em prática as suas resoluções".
A colonização israelita explodiu nos últimos anos sob a liderança do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, bem como desde a chegada de Donald Trump à Casa Branca, em janeiro de 2017.
Pompeo efetuou hoje a primeira visita de um líder da diplomacia dos Estados Unidos a um colonato israelita, na Cisjordânia ocupada, antes de uma viagem igualmente sem precedentes aos Montes Golã, anexados à Síria.
A administração de Donald Trump demonstrou um apoio incomparável ao Estado hebraico, reconhecendo Jerusalém como a capital de Israel, aprovando a soberania israelita sobre parte dos Montes Golã, anexada à Síria em 1967, e dando apoio à existência de colonatos na Cisjordânia.
Mais de 450.000 israelitas vivem em colonatos na Cisjordânia, considerados ilegais pelo Direito Internacional já que o território foi ocupado por Israel em 1967. Cerca de 2,8 milhões de palestinianos vivem na região.
Em novembro de 2019, Pompeo afirmou que os colonatos deixavam de ser, na opinião de Washington, contrários ao Direito Internacional.
"Durante muito tempo, o Departamento de Estado adotou uma abordagem errada sobre os colonatos, não reconhecendo a história deste (território) especial. Hoje, o Departamento de Estado defende vigorosamente o reconhecimento dos colonatos", reiterou Pompeo hoje.
Após a visita, Pompeo anunciou que os produtos dos colonatos israelitas na Cisjordânia ocupada vão passar a ser rotulados como "Fabricados em Israel", um reconhecimento que contraria a posição internacional.
O Departamento de Estado disse que a mudança na política de rotulagem é "consistente com a abordagem de política externa [norte-americana], que se baseia na realidade".
Os palestinianos e a maioria da comunidade internacional veem os colonatos como uma violação do Direito Internacional e um obstáculo à paz, sendo que a União Europeia (UE) exige que os seus Estados-membros rotulem os produtos ali fabricados como originários dos colonatos.
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