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Tanzânia escolhe Presidente após campanha marcada pela repressão

A Tanzânia vai hoje às urnas para eleger o Presidente do país, assim como o presidente do arquipélago autónomo de Zanzibar e respetivos parlamentos, após campanhas denunciadas como tendo sido marcadas pela repressão da oposição e das liberdades.

Tanzânia escolhe Presidente após campanha marcada pela repressão
Notícias ao Minuto

06:10 - 28/10/20 por Lusa

Mundo Tanzânia

O atual Presidente, John Magufuli, apelidado de "Bulldozer", e cujo primeiro mandato foi marcado pela repressão e deriva autoritária do país, bate-se pela reeleição, contra Tundu Lissu, 52 anos, líder do Chadema, o maior partido da oposição, que regressou ao país em julho, após três anos no exílio, e restabelecido de 16 ferimentos de bala recebidos em 2017, no que denunciou como uma tentativa de assassinato por motivos políticos.

Ainda que os mais de 29 milhões de eleitores na Tanzânia continental e os 566 mil no arquipélago semiautónomo de Zanzibar possam escolher entre mais de dezena e meia de candidatos, a corrida ao poder em Dodoma e Zanzibar irá ser decidida entre os candidatos dos três partidos dominantes no país: o Chama Cha Mapinduzi, ex-partido único, no poder desde a independência do país em 1961 e pelo qual concorre Magufuli; o Chadema, que apoia Lissu, e o ACT Wazalendo, de Zitto Kabwe, que há duas semanas desistiu da corrida a favor de Lissu, a troco do apoio do Chadema ao candidato do seu partido no arquipélago de Zanzibar¸ Maalim Seif Sharif Hamad.

O regresso de Lissu ao país, depois de um exílio forçado de três anos na Bélgica, deu novo ânimo a uma oposição acossada por múltiplas detenções, ataques, e mesmo proibição de reuniões fora dos períodos eleitorais, no que tem sido considerado como uma política de esmagamento da democracia por várias organizações de direitos humanos.

Embora as tensões eleitorais sejam recorrentes em Zanzibar, a campanha decorreu este ano de forma pacífica até esta terça-feira, precisamente a véspera das eleições. O ACT-Wazalendo acusou ontem a polícia de ter disparado mortalmente sobre pelo menos dez cidadãos durante uma manifestação e de ter prendido Seif Sharif Hamad em Zanzibar, entretanto libertado.

Ao longo desta campanha eleitoral, a oposição enfrentou vários obstáculos, o último dos quais terá sido a dificultação da acreditação de milhares de observadores eleitorais, que os adversários de Magufuli consideram como garante indispensável a uma votação justa.

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, apelou na passada segunda-feira para que todos os atores políticos na Tanzânia assegurem eleições presidenciais inclusivas e pacíficas, nomeadamente tornando mais fácil às mulheres votar.

Vários observadores eleitorais internacionais de alto nível, como a União Europeia, não estarão presentes neste escrutínio, ao contrário do que aconteceu em 2010 e 2015.

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