Penas para neonazis gregos da Aurora Dourada conhecidas na próxima semana
As penas infligidas aos chefes e membros do partido nazi Aurora Dourada (CA), reconhecidos esta semana culpados de "direção e participação numa organização criminosa", serão anunciados na próxima semana, indicou hoje fonte judicial em Atenas.
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Mundo Grécia
As penas serão comunicadas até terça-feira, após um exame pelo tribunal penal de Atenas de eventuais circunstâncias atenuantes que possam reduzir as penas de prisão, precisou esta fonte à agência noticiosa AFP sob anonimato.
Após cinco anos e meio de audiências, três juízes definiram por unanimidade o partido paramilitar de "organização criminosa".
No total, 65 pessoas, incluindo 18 ex-deputados do partido - fundado na década de 1980 como uma organização neonazi, que se tornou o terceiro maior partido da Grécia no parlamento durante a "crise da dívida grega" -, foram reconhecidas indicados de diversos crimes: direção de organização criminal, morte, agressão, posse ilegal de armas. Dez dos indiciados foram absolvidos.
A decisão judicial baseia-se concretamente em quatro casos: o assassinato do 'rapper' grego Pavlos Fyssas, vários ataques a migrantes, atentados contra ativistas de esquerda e a determinação do tipo de organização (criminosa ou não) que está na base do partido Aurora Dourada.
A decisão faz história na Grécia e no movimento antifascista, já que o tribunal entendeu que os crimes cometidos por líderes e militantes do partido político neonazi foram cometidos sob a proteção e as ordens do Aurora Dourado.
Nikos Michaloliakos, de 62 anos, negacionista do Holocausto e admirador do nacional-socialismo, foi um dos 68 réus do julgamento condenados por um homicídio e duas tentativas de homicídio.
O ativista de esquerda e 'rapper' Pavlos Fyssas foi esfaqueado até à morte na noite de 18 de setembro de 2013, aos 34 anos, frente a um café do seu bairro de Keratsini, um subúrbio de Atenas.
O assassino, um dos líderes do Aurora Dourada, Yorgos Roupakias, admitiu o crime durante o julgamento e pode ser condenado a prisão perpétua.
Apenas 11 dos 68 arguidos estiveram presentes no tribunal, tendo os restantes sido representados pelos advogados. Nenhum dos ex-deputados do 'Aurora Dourada' esteve no tribunal.
No entanto, permanece uma incerteza sobre o futuro de Ioannis Lagos, um ex-membro da Aurora Dourada eleito para o Parlamento europeu em 2019. Uma fonte da instituição indicou à agência noticiosa AFP que a Grécia deverá solicitar o levantamento da sua imunidade parlamentar para poder detê-lo, mas juristas gregos consideram que apenas poderá ser demitido do seu mandato após terem sido esgotadas todas as possibilidades de apelo.
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