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Milhares de afegãos regressam a partir do Paquistão sem controlo

Mais de 9.000 afegãos forçaram hoje a entrada no país desde o Paquistão, onde estavam retidos há quase três semanas devido ao encerramento da fronteira causado pela pandemia da covid-19, sem passar por qualquer tipo de exame médico ou quarentena.

Milhares de afegãos regressam a partir do Paquistão sem controlo
Notícias ao Minuto

19:18 - 07/04/20 por Lusa

Mundo Covid-19

"Milhares de pessoas forçaram a entrada no país depois de forçaram a passagem da fronteira, sem processar os vistos e sem fazerem exame ao novo coronavírus", afirmou o porta-voz do governador da província oriental de Nangarhar, Attaullah Khogyanai, à agência espanhola Efe.

O incidente despertou a preocupação no país que, neste momento, tem 423 casos confirmados de contágio do novo coronavírus e 14 mortes - em comparação com os 4.005 positivos e 54 mortes no vizinho Paquistão - e que, após décadas de guerra, está muito vulnerável à pandemia.

Na segunda-feira, o Paquistão abriu a fronteira com o Afeganistão em Turkham, no leste do país, durante três dias, para permitir que milhares de afegãos regressassem a casa.

Porém, apenas 1.400 pessoas foram autorizadas a atravessar, sendo internadas num acampamento para um período de quarentena, enquanto milhares permaneceram bloqueados devido à lentidão do processo.

O porta-voz indicou que "um grande número de pessoas correu" em direção ao posto fronteiriço e cerca de 9.000 passaram de forma ilegal, impossibilitando qualquer teste.

Khogyanai disse que os 1.4000 afegãos que estavam em quarentena aproveitaram a confusão e abandonaram o campo.

"Passaram de forma desordenada, sem respeito pelo processo legal e não fomos capazes de deter e examinar um número tão grande de pessoas. Todas elas voltaram para as suas respetivas províncias", disse o diretor de Saúde Pública de Nangarhar, Nasir Ahmad Durrani.

As autoridades temem que os regressados se tornem num foco de infeção no país e Durrani apelou para que ficassem confinados nas suas casas pelo menos por duas semanas.

"É o mínimo que podem fazer se querem ajudar o país", atirou.

Até agora, o Afeganistão realizou 3.031 testes em pessoas suspeitas de terem a doença, em que 423 acusaram positivo.

"Felizmente, dos 423 pacientes, 385 estão em boa saúde e não tiveram que ser enviados para unidades de cuidado intensivo", indicou a vice-ministra da Saúde, Fida Muhammad Paikan.

No entanto, a responsável alertou que o número de casos no país pode ser muito maior do que o detetado pelas autoridades e acusou os cidadãos de não colaborarem o suficiente.

"Depois de os pacientes serem examinados e sabem que têm resultado positivo, desligam os telemóveis para não sabermos onde estão escondidos na cidade, nem vão para os hospitais tratarem-se", explicou Paikan.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 75 mil.

Dos casos de infeção, cerca de 290 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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