Tribunal valida "expulsão imediata" de migrantes de enclave espanhol
O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos deu hoje em Estrasburgo o seu acordo à decisão espanhola de expulsar dois migrantes subsaarianos que saltaram em 2014 a vedação que separa Marrocos do enclave espanhol norte-africano de Melilla.
© Reuters
Mundo Migrantes
Este órgão do Conselho da Europa considerou que os migrantes "se puseram, eles mesmos, numa situação ilegal", ao entrarem em "lugares não autorizados" com o "recurso à força".
A decisão favorável a Espanha acrescenta que os migrantes "decidiram não utilizar as entradas legais existentes que lhes permitiriam o acesso de forma regular ao território espanhol" e anula a condenação do Tribunal de 2017 de "expulsão coletiva sem medida judicial prévia".
A sentença, contra a qual não há recurso e que os governos europeus esperavam com atenção, considera que Estrasburgo "não pode responsabilizar o Estado [espanhol] pela ausência em Melilla da possibilidade de recurso legal que lhes permitisse recorrer contra a expulsão".
A ausência de tal recurso legal, acrescenta, "não constitui em si mesma uma violação do artigo 13 da Convenção".
O tribunal recorda que os requerentes tiveram a oportunidade "de ter acesso real e efetivo ao território espanhol no posto fronteiriço de Beni-Enzar", bem como às embaixadas e consulados espanhóis.
Os queixosos, N.D., do Mali, e N.T., da Costa do Marfim, chegaram a Marrocos entre o final de 2012 e o início de 2013 e acamparam durante vários meses no acampamento improvisado no Monte Gurugu, até saltarem a cerca, em 13 de agosto de 2014, juntamente com quase uma centena de subsaarianos.
Uma vez expulsos de forma imediata, eles repetiram a tentativa em outubro e dezembro de 2014. O primeiro foi enviado de volta para o Mali e o segundo está algures em Espanha.
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