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RDCongo assinala um ano de Tshisekedi com aumento de tensão

A República Democrática do Congo (RDCongo) assinala hoje o primeiro aniversário da presidência de Félix Tshisekedi, num momento em que crescem as tensões dentro da coligação com o partido do seu antecessor, Joseph Kabila.

RDCongo assinala um ano de Tshisekedi com aumento de tensão
Notícias ao Minuto

11:07 - 24/01/20 por Lusa

Mundo RDCongo

Em 24 de janeiro de 2019, e dois anos depois do prazo inicialmente previsto, Joseph Kabila cedeu o poder ao agora Presidente, filho do histórico líder da oposição Étienne Tshisekedi, marcando a primeira transferência de poder pacífica desde que a RDCongo se tornou independente da Bélgica, em 1960.

Os resultados das eleições de 30 de dezembro de 2018 apontaram para uma vitória de Félix Tshisekedi na Presidência - face ao delfim de Kabila, Emmanuel Shadary - e para uma vitória da FCC a nível parlamentar e local, abrindo portas para uma coligação entre as duas partes.

As negociações para a criação de um Governo foram longas, com a nomeação do primeiro-ministro, Sylvestre Ilunga Ilukamba, e dos vários ministros a surgir apenas em setembro, sendo que cerca de dois terços dos nomeados são membros da FCC.

Durante esta semana, o Presidente congolês admitiu, pela primeira vez desde que tomou posse, dissolver a Assembleia Nacional na eventualidade de uma crise com os parceiros da Frente Comum pelo Congo (FCC), do antigo líder Kabila, que detém 42 das 65 pastas governamentais e 99 dos 109 lugares do Senado.

Jeannine Mabunda, a presidente da câmara baixa do parlamento congolês - onde 341 dos 500 lugares são ocupados por membros do FCC - advertiu o chefe de Estado, tendo assinalado que qualquer pessoa que desrespeite a lei básica pode ser alvo da justiça por "alta traição".

Segundo o especialista da organização não-governamental International Crisis Group (ICG) Richard Moncrieff, a dissolução da Assembleia Nacional congolesa seria "uma bomba atómica" com "consequências incontroláveis".

"Tshisekedi emitiu ameaças, mas o seu plano A é continuar a coligação com Kabila", referiu o analista.

Habituados à instabilidade nos governos, os congoleses continuam à espera de mudanças palpáveis nas suas vidas, num país onde a pobreza afeta cerca de dois terços de uma população de 80 milhões.

A subida de Tshisekedi à presidência marcou também uma reabertura da RDCongo ao exterior.

Tshisekedi restabeleceu relações diplomáticas com países estrangeiros, nomeadamente com Bélgica, França e Estados Unidos.

Da mesma forma, o chefe de Estado congolês dinamizou as relações com os seus vizinhos Ruanda e Uganda, numa tentativa de levar a paz ao leste do país, onde dezenas de grupos armados estão envolvidos em múltiplos conflitos que afetam uma região também vítima do vírus Ébola.

Ainda assim, estes esforços não impedem que a oposição - e em especial o candidato presidencial derrotado de 2018 Martin Fayulu - de dirigirem críticas a Tshisekedi.

Recentemente, Fayulu mostrou-se contra os massacres de civis atribuídos ao grupo armado ugandês Forças Democráticas Aliadas no leste da RDCongo.

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