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Ex-primeiro-ministro da Costa do Marfim acusado de conspirar revolução

O procurador-geral da Costa do Marfim afirmou hoje que o antigo primeiro-ministro e candidato à presidência do país em 2020 Guillaume Soro é acusado de conspirar uma revolução contra o Governo.

Ex-primeiro-ministro da Costa do Marfim acusado de conspirar revolução
Notícias ao Minuto

23:55 - 26/12/19 por Lusa

Mundo Costa do Marfim

O opositor deveria ter regressado à Costa do Marfim na segunda-feira, após uma ausência de seis meses, mas o voo onde seguia foi desviado após as forças de segurança terem invadido a sede do seu partido, na capital costa-marfinense, Abidjan.

Os procuradores emitiram então um mandado de detenção contra Soro, cujo regresso planeado provocou tensões na nação da África Ocidental, que vai a eleições presidenciais no próximo ano.

Soro, presidente da Assembleia Nacional entre 2012 e 2019, é acusado pelo procurador Richard Adou de tentar uma conspiração a dois tempos: primeiro com uma operação de comunicação a partir do estrangeiro, em que iria "desacreditar o regime", e depois iria instigar "uma insurreição civil e militar".

A acusação baseia-se numa gravação sonora feita pelos serviços de inteligência da Costa do Marfim e que foi reproduzida em conferência de imprensa.

Esta gravação apresenta o diálogo entre dois homens, incluindo Soro, sendo que o procurador não explicou quando ou como esta foi feita

Segundo Richard Adou, também foram encontradas armas durante as buscas.

"Fizemos mais de 15 detenções [de cúmplices]", referiu o procurador, acusando-os de "conspiração contra a autoridade do Estado", crime que é punível com prisão perpétua no país.

Entre os detidos estão cinco deputados pró-Soro, que foram presos apesar da sua imunidade parlamentar, com Adou a justificar a ação devido a "flagrante delito".

Antigo aliado do Presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, Soro, 47 anos, foi primeiro-ministro entre 2011 e 2012.

No final de outubro, o partido no poder da Costa do Marfim desvalorizou a candidatura de Guillaume Soro às presidenciais de 2020, considerando que é um "não acontecimento".

"É um não acontecimento. O que recordamos dele é que era um bom líder rebelde e um mau primeiro-ministro", disse então o diretor-executivo do Reagrupamento dos Houphouetistas para a Democracia e para a Paz, Adama Bictogo, numa conferência de imprensa.

Em 2020, Ouattara cumprirá dois mandatos, algo que, acredita, não o impedirá de se recandidatar devido a uma mudança constitucional em 2016, contestada pela oposição.

O Presidente da Costa do Marfim, 77 anos, ainda não esclareceu se se vai recandidatar.

Após cerca de 10 anos da crise pós-eleitoral de 2010-2011, que matou cerca de três mil pessoas, as eleições presidenciais de 2020 adivinham-se tensas, depois de as eleições municipais e regionais de 2018 terem sido, também elas, marcadas por vários atos de violência e fraude.

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