Autoridades do Sudão dissolvem partido e regime de El-Bechir
As autoridades de transição sudanesas ordenaram na quinta-feira a dissolução do partido do presidente destituído Omar el-Bechir e o "desmantelamento" do seu regime, que durou cerca de 30 anos.
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Mundo Sudão
"O Partido do Congresso Nacional é dissolvido" e todos os seus bens são confiscados, proclamou uma lei intitulada "desmantelamento do regime de 30 de junho de 1989", adotada pelo novo conselho soberano no poder e pelo Governo do primeiro-ministro Abdalla Hamdok.
No texto detalhou-se que "nenhum símbolo do regime ou do partido está autorizado na atividade política durante 10 anos".
Omar el-Bechir, que chegou ao poder em 1989, graças a um golpe de Estado apoiado pelos islamitas, dirigiu o Sudão com mão de ferro durante 30 anos.
Destituído pelos militares em 11 de abril depois de meses de contestação popular inédita, está detido em Cartum.
O veredicto do seu julgamento por corrupção está marado para 04 de dezembro.
Os militares que tomaram o poder recusaram, entretanto, a entrega de Bechir ao Tribunal Penal Internacional, sediado em Haia, nos Países Baixos, que o acusa de "crimes contra a humanidade" e de "genocídio" no Darfur.
A dissolução do seu partido não é um ato de vingança, afirmou Hamdok, na rede social Twitter.
Pelo contrário, adiantou, esta medida "visa preservar a dignidade do povo sudanês, que foi esmagado por pessoas indignas", acrescentou o primeiro-ministro.
Esta medida "constitui um grande passo em frente para os objetivos da revolução e no caminho da construção de um Estado civil democrático", congratulou-se, em comunicado, a Associação dos Profissionais do Sudão, movimento que esteve na origem dos protestos que acabaram por conduzir à deposição de Bechir.
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