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ONU acusa Sudão de quebrar acordo de paz ao criar força de combatentes

Um relatório das Nações Unidas divulgado esta semana acusou o Serviço de Segurança Nacional do Sudão do Sul de recrutar uma força de 10 mil combatentes no bastião étnico do Presidente, quebrando os termos do acordo de paz.

ONU acusa Sudão de quebrar acordo de paz ao criar força de combatentes
Notícias ao Minuto

05:52 - 28/11/19 por Lusa

Mundo ONU

O relatório assinado por um painel de especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) que acompanha as sanções aplicadas ao Sudão do Sul e citado na quarta-feira pela Associated Press expressou preocupação com a lenta implementação do acordo de paz, assinado em setembro de 2018, que pôs fim a uma guerra civil que matou cerca de 400 mil pessoas.

O documento refere que o Governo sul-sudanês, conduzido pelo Presidente Salva Kiir, tem mostrado pouco interesse em cumprir o acordo no que toca à segurança, colocando em perigo o país e representando uma "ameaça imediata" à frágil paz no país.

Este mês, os atores políticos sul-sudaneses falharam o prazo para a criação de um Governo de união nacional transitório, cujo limite, já antes prolongado, estava marcado para 12 de novembro.

Salva Kiir e o principal líder rebelde, Riek Machar, acordaram um novo adiamento por cem dias, até meados de fevereiro, para resolver divergências relacionadas com segurança e governação.

O impasse levou a que os Estados Unidos da América chamassem, esta semana, o seu embaixador no Sudão do Sul, para reuniões em Washington onde as relações entre os dois países serão reavaliadas.

O porta-voz das Nações Unidas, Stephane Dujarric, afirmou que o secretário-geral da organização, António Guterres, está "obviamente preocupado com quaisquer ações que nos afastem da tão necessária paz e reconciliação no Sudão do Sul".

Este novo relatório da ONU refere que os signatários do acordo de paz não "tomaram decisões significativas" para a implementação nos últimos meses, acrescentando que os esforços para a criação de uma força de segurança comum estão "consideravelmente atrasados".

O documento refere entre os recrutados para esta força de 10.000 militares se encontram várias crianças.

Esta força militar está sob o comando direto do Serviço de Segurança Nacional do Sudão do Sul e, para a ONU, "é contrária às disposições do acordo de paz".

O Sudão do Sul, com maioria de população cristã, obteve a sua independência ao separar-se do norte árabe e muçulmano em 2011, mas a partir do final de 2013 o país entrou num conflito civil, provocado pela rivalidade entre o Presidente, Salva Kiir, e o seu então vice-Presidente, Riek Machar.

As partes formaram um Governo de unidade nacional em 2016, que caiu poucos meses após a formação devido a um reinício da violência, tendo essa sido a primeira tentativa de pacificação do jovem país africano.

O acordo para a criação de um Governo unitário com os rebeldes, aprovado em setembro, foi o mais recente de uma série de acordos entre o executivo de Salva Kiir e os rebeldes liderados por Machar desde o início de uma guerra civil, em 2013.

Em cinco anos de conflito, estima-se que este tenha provocado a morte de 400 mil pessoas e levado a que quatro milhões ficassem deslocadas.

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