OSCE aponta parcialidade dos media e retórica de intolerância na Polónia
Observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) afirmaram hoje que as legislativas de domingo na Polónia foram "administrativamente bem organizadas", mas prejudicadas por uma "clara parcialidade dos 'media'" e uma "retórica de intolerância".
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Mundo Media
A avaliação foi feita pela equipa de observadores da OSCE, uma organização de 57 países consagrada à estabilidade, paz e democracia, destacados para a eleição, domingo, dos 460 deputados da câmara baixa (Sejm) e 100 da câmara alta (Senado) do parlamento polaco.
Jan Petersen, chefe da missão de observadores, afirmou que houve um elevado nível de polarização nos meios de comunicação públicos e privados.
A capacidade dos eleitores de "fazer uma escolha informada foi prejudicada por uma falta de imparcialidade dos 'media', especialmente a emissora pública", afirmou, num comunicado divulgado pela organização em Varsóvia.
Segundo a avaliação da OSCE, o partido Lei e Justiça (PiS), que de acordo com resultados quase totais obteve a maioria absoluta, utilizou os 'media' estatais como porta-vozes dos elogios à sua governação e das críticas à oposição.
Petersen afirmou também que a retórica discriminatória utilizada por "várias destacadas figuras políticas" suscita "séria preocupação numa sociedade democrática".
Do ponto de vista administrativo, contudo, a OSCE considerou que as eleições foram bem organizadas e a jornada eleitoral correu ordeiramente, "apesar de o segredo do voto não ter sido sempre garantido".
A organização apontou ainda o "ambiente altamente polarizado" da campanha, que se tornou "crescentemente negativo à medida que mensagens eleitorais contendo retórica nacionalista e homofóbica criaram um sentimento de ameaça".
Com 91% dos votos contados, o conservador PiS, no poder desde 2015, tinha 44,38%, resultado que, segundo estimativas da distribuição de mandatos, lhe permite eleger 239 deputados e ter a maioria absoluta na câmara baixa (460 assentos).
A Coligação Cívica (KO), uma aliança da oposição construída em torno do partido Plataforma Cívica (PO, centrista), obteve 26,7%, e a Esquerda Unida (Lewica), uma aliança de partidos sociais-democratas ausente do parlamento há quatro anos, 12,3%.
A aliança de direita populista que junta o Kukiz'15 e o Partido Popular da Polónia (PSL, democrata-cristão), obteve quase 9% e a "confederação" de partidos extremistas Konfederacja deverá entrar pela primeira vez no parlamento com 6,8% dos votos.
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