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Japão desenha agenda ambiciosa para cimeira do G20 em Osaka

Os líderes do G20 reúnem sexta-feira e sábado em Osaka, no Japão, com uma agenda ambiciosa - das questões ambientais às guerras comerciais, passando pela crise no Médio Oriente e a tensão com a Coreia do Norte -- com encontros bilaterais pelo meio.

Japão desenha agenda ambiciosa para cimeira do G20 em Osaka
Notícias ao Minuto

09:11 - 27/06/19 por Lusa

Mundo G20

A cimeira está cercada de incertezas, à medida que foi sendo antecipada por anúncios de tentativas de conciliação, seja na guerra comercial entre os EUA e a China ou na resolução dos impasses na situação do Irão e da Coreia do Norte.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, colocou uma ambiciosa agenda de trabalhos para a sua presidência anual rotativa do G20, com um leque de temas que foi alinhado na última cimeira, na Argentina, em 2018, mas agora com promessas de avanços significativos, em particular na área da economia, do ambiente e da defesa.

O Japão quer colocar a quarta revolução industrial no centro da agenda mundial e remeterá parte da cimeira da Osaka para esse tema, depois de o ter enquadrado no seu discurso no Fórum Económico Mundial, em Davos, em janeiro passado.

Mas também os "desequilíbrios estruturais" da economia global serão abordados nos painéis da cimeira, embora, nos documentos de preparação, pareça transparecer um particular cuidado em não falar da política protecionista dos EUA, sob a Presidência de Donald Trump.

O Japão preferiu colocar na agenda da cimeira a possibilidade de o G20 aceitar uma profunda reforma do Organização Mundial do Comércio, cuja ineficácia enquanto órgão regulador global tem sido apontada como uma das origens para a guerra comercial que separa os EUA e a China.

As questões ambientais estarão igualmente na mesa de várias discussões da cimeira, nomeadamente com novas propostas para a redução do lixo de plástico que inunda os oceanos.

As transições demográficas, as alterações no mundo laboral pelo efeito da robotização e a revolução digital são temas que vão rivalizar com o propósito de dar mais poder às mulheres, questão que foi inicialmente lançada na cimeira do G20 de Brisbane, Austrália, em 2014.

Os encontros bilaterais que o Presidente norte-americano já anunciou, com os homólogos da China, Xi Jinping, da Rússia, Vladimir Putin, e da Índia, Narendra Modi, revelam que a cimeira de Osaka terá vários palcos, onde as questões militares terão um lugar relevante.

Se o encontro Trump/Xi se centrará na tentativa de encontrar uma solução para o impasse negocial na guerra comercial entre os dois países, a agenda de conversa do Presidente norte-americano com Vladimir Putin envolverá um largo painel de temas.

As divergências entre os EUA e a Rússia nas questões do Irão e da Venezuela, com os dois países a assumirem posições opostas sobre as soluções a procurar para estes dois conflitos, foram alvo de conversas entre Trump e Putin em várias ocasiões e serão repetidas em Osaka.

Mas no encontro bilateral entre Trump e Xi, para além da guerra comercial, haverá um tema sensível que nas últimas semanas voltou a ganhar visibilidade: a situação na península coreana.

Com o governo da Coreia do Norte a voltar a testar mísseis de curto alcance, Donald Trump hesitou em repetir que a ameaça nuclear coreana estava sanada e, numa recente entrevista à cadeia televisiva ABC, disse apenas que esperava que o Presidente Kim Jong-un cumprisse a sua promessa de travar o programa nuclear.

O tema envolve de forma muito direta a China, aliada da Coreia do Norte, que se tem apresentado como um potencial mediador para a tensão na península coreana, o que permitirá uma troca de impressões durante o encontro bilateral à margem da cimeira de Osaka.

Donald Trump não quer uma escalada de tensão com a Coreia do Norte que, por sua vez, parece interessada em suavizar as suas posições e estabelecer laços mais fortes com o ocidente, ao mesmo tempo que estabiliza a relação com a China.

Contudo, ao mesmo tempo, o Presidente dos EUA é sensível a sondagens, como aquela revelada terça-feira que indica que 1/3 dos norte-americanos aceitariam um ataque nuclear à Coreia do Norte em retaliação a testes com mísseis de longo alcance, mesmo que esses ataques significassem a morte de milhões de civis.

O G20 é uma organização internacional, criada em 1999, que reúne os 19 países com economias mais fortes e ainda a União Europeia, que visa favorecer o entendimento mundial através do diálogo.

O G20 representa 90% do PIB mundial, 80% do comércio mundial e 2/3 da população mundial.

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