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Guterres pede ao Irão que continue a aplicar acordo nuclear

O secretário-geral da ONU pediu hoje ao Irão para continuar a aplicar os compromissos assumidos no acordo nuclear de 2015, horas depois de Teerão ter anunciado que irá ultrapassar em breve os limites das reservas de urânio enriquecido.

Guterres pede ao Irão que continue a aplicar acordo nuclear
Notícias ao Minuto

19:16 - 17/06/19 por Lusa

Mundo ONU

"O secretário-geral [António Guterres] encoraja o Irão a continuar a aplicar os seus compromissos em matéria nuclear e apela a todos os participantes a respeitarem plenamente os respetivos compromissos e aos outros Estados-Membros a apoiarem a aplicação" do acordo de 2015, afirmou o porta-voz do líder das Nações Unidas, Stéphane Dujarric, na habitual conferência de imprensa diária.

O Irão anunciou hoje que as suas reservas de urânio enriquecido ultrapassarão o limite imposto pelo acordo a partir de 27 de junho.

"Hoje começou a contagem regressiva para ultrapassar os 300 quilos de reservas enriquecidas de urânio e daqui a 10 dias, ou seja, em 27 de junho, vamos ultrapassar esse limite", disse o porta-voz da Organização iraniana de Energia Atómica, Behrouz Kamalvandi, numa conferência de imprensa transmitida pela televisão estatal iraniana.

O acordo nuclear assinado em 2015 com o chamado grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia -- mais a Alemanha) determina que o Irão deve exportar os excedentes de urânio e água pesada quando estes ultrapassam os 300 quilogramas e as 130 toneladas, respetivamente, para impedir o desenvolvimento da bomba atómica.

Em declarações aos jornalistas, Stéphane Dujarric referiu que o secretário-geral da ONU apela "a todas as partes a evitarem qualquer ação que possa levar a uma maior escalada das tensões na região".

António Guterres sempre considerou que o acordo de 2015, assinado em Viena com o intuito de limitar o programa nuclear da República Islâmica em troca de um levantamento de sanções contra o país, "representa uma grande conquista nas áreas da não-proliferação nuclear e da diplomacia".

"O acordo contribuiu para a paz e para a segurança internacionais", insistiu Stéphane Dujarric.

Em maio de 2018, os Estados Unidos retiraram-se unilateralmente do acordo, classificado pelo Presidente norte-americano Donald Trump como "muito mau", e restabeleceram pesadas sanções contra Teerão, que vem pressionando os restantes parceiros para o ajudarem a atenuar os efeitos devastadores para a sua economia.

Até agora, a Agência Internacional de Energia Atómica certificou que o Irão tem respeitado os compromissos feitos em Viena.

Incidentes recentemente ocorridos no Golfo de Omã, junto ao Estreito de Ormuz, ao largo do Irão, têm vindo a acentuar a tensão entre Washington e Teerão.

Na quinta-feira passada, dois petroleiros, um norueguês e outro japonês, foram atacados quando navegavam nesta área, considerada como vital para o tráfego mundial de petróleo.

Os Estados Unidos acusaram o Irão dos ataques e Teerão negou qualquer responsabilidade nos incidentes.

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