Comandante do Exército uruguaio destituído por esconder confissão
O Presidente de Uruguai, Tabaré Vázquez, destituiu na segunda-feira o comandante do Exército, José González, por não ter informado da confissão de um ex-militar envolvido num caso de desaparecimento e morte de um guerrilheiro em 1973, informaram fontes oficiais.
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Mundo Uruguai
Segundo um comunicado da Presidência, o chefe de Estado uruguaio ordenou a passagem à reforma de José González e também do chefe de Estado-Maior da Defesa, Alfredo Erramún.
Apesar de ter sido divulgado pela imprensa que Tabaré Vázquez teria pedido a renúncia ao ministro de Defesa Nacional, Jorge Menéndez, e ao vice-ministro, Daniel Montiel, até ao momento a Presidência não deu informação sobre o assunto.
Além disso, Vázquez pediu a autorização da Câmara de Senadores para promover a passagem à reforma obrigatória dos generais Claudio Romano, Carlos Sequeira, Alejandro Salaverry e Gustavo Fajardo.
Em concreto, a destituição deve-se ao facto de José Nino Gavazzo ter confessado perante o Tribunal Militar que foi responsável pelo desaparecimento e morte do militar Roberto Gomensoro em 1973, ano em que começou a ditadura militar uruguaia, que durou até 1985.
As confissões foram conhecidas depois de o jornal uruguaio El Observador publicar as atas do Tribunal Militar.
Os ex-militares Gavazzo, José Ricardo Arab, Silveira e Gilberto Vázquez foram condenados por outros delitos durante a ditadura.
No passado mês de fevereiro, a Procuradoria Especializada em Crimes contra Humanidade pediu a prisão para estes antigos militares por delitos punidos com a privação de liberdade, supressão de estado civil e abandono de crianças na ditadura.
Na segunda-feira, Procuradoria uruguaia designou um funcionário de turno para investigar a possível omissão da confissão do crime de Gavazzo.
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