Alto quadro chinês defende que religião no Xinjiang deve ser “achinesada”
Um alto quadro chinês defendeu este fim-de-semana que as autoridades devem manter os esforços para "achinesar" a religião, durante uma visita ao extremo noroeste do país, onde muçulmanos estão a ser forçados a doutrinação política.
© Reuters
Mundo Esforço
Organizações estrangeiras têm denunciado, nos últimos meses, o internamento "massivo" e "arbitrário", na região, de até um milhão ou mais de membros da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigure em campos onde são forçados a criticar o islão e a própria cultura, a aprender mandarim e a jurar lealdade ao PCC.
Pequim argumenta que os "centros de educação vocacional" são necessários para ajudar "os que foram enganados pelo extremismo religioso (...) através do reassentamento e educação".
Citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, You defendeu que "a liderança do Partido sobre o trabalho religioso deve ser mantida" e apelou ao combate "contra a infiltração do extremismo religioso".
Segundo organizações de defesa dos direitos humanos, o internamento dos uigures ocorre sem direito a julgamento, nem acesso a advogados e familiares. As detenções podem ocorrer sob acusações como aceder a portais estrangeiros ou contactar familiares além-fronteiras.
Em 2009, a capital do Xinjiang, Urumqi, foi palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre os uigures e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional.
Desde então, as autoridades lançaram uma campanha repressiva, que foi reforçada a partir de 2016, quando o secretário do Partido Comunista Chinês (PCC), Chen Quanguo, foi transferido para a região, após vários anos no Tibete.
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