Custo e prazos da dívida da REN melhoram com financiamento chinês
O presidente-executivo da REN, Rui Cartaxo, afirmou hoje que o contrato de financiamento assinado com o China Developement Bank, de 400 milhões de euros, dá um “contributo significativo” para a melhoria da estrutura da dívida da empresa.
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Empresas e Finanças Geral
Falando na cerimónia de assinatura do contrato para a primeira tranche do financiamento com o China Development Bank, Rui Cartaxo destacou que esta verba dá "um contributo significativo para que a REN – Redes Energéticas Nacionais - melhore a estrutura da sua dívida, em especial, baixando o custo médio da dívida e alongando os prazos de financiamento”.
Esta primeira tranche faz parte dos 1.000 milhões de euros acordados com o State Grid International Developement aquando da privatização da REN.
“Acredito muito que esta relação, agora iniciada, é uma parceria de longo prazo e é um sinal importante para os investidores e para o mercado de crédito”, destacou o gestor, lembrando ainda que a REN “ganhou mais visibilidade internacional” e tem hoje uma “percepção diferente” da parte dos interlocutores dos mercados financeiros.
Rui Cartaxo recordou que a REN se apresenta hoje como a empresa portuguesa com "melhor rating" no conjunto das três principais empresas internacionais de classificação de dívida (Fitch, Standard & Poor’s e Moody’s).
A secretária de Estado do Tesouro, Maria Luis Albuquerque, que falava à margem da cerimónia de assinatura, considerou que o acordo “é muito importante”, pois tem a ver com “a abertura de novas fontes de financiamento para as empresas portuguesas e para a economia em geral”.
“As nossas empresas [as grandes empresas] têm tipicamente um peso de dívida elevado e, devido às circunstâncias do país, isso estaria a limitar a sua capacidade de crescimento e de prosseguimento das suas estratégias”, sublinhou.
Para a secretária de Estado, a entrada de novos parceiros no capital e o acesso a novas fontes de financiamento a custos competitivos "é naturalmente" uma vantagem para as empresas, mas também para a economia portuguesa.
Além disso, referiu que as pequenas e médias empresas (PME) que trabalham em torno destas grandes empresas, que são as suas fornecedoras e muitas delas trabalham quase em exclusivo, quando estas empresas vão para projectos no estrangeiro com novos parceiros “abrem-se portas" para a internacionalização.
"Esse é um aspecto fundamental do processo de privatizações que nós gostaríamos [aqui] de realçar", disse.
O secretário de Estado da Energia, por sua vez, classificou o acordo de "muito importante" para o sector energético.
"Este acordo vem consubstanciar um maior acesso a liquidez para poder [a REN] desenvolver projectos em Portugal a um custo de capital o mais baixo possível e isso é positivo para o sector, é positivo para o aumento das infra-estruturas e irá possibilitar uma maior concorrência [no sector] e uma maior integração das nossas redes de energia nas redes da União Europeia", salientou Artur Trindade.
A formalização do contrato decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, tendo contado com estes dois secretários de Estado em representação do Governo português.
Por parte do banco chinês, o mesmo que fechou um acordo de financiamento com a EDP, esteve presente Liu Zhenxi, diretor geral do departamento de grandes clientes corporate, e da State Grid, e o director do departamento internacional de cooperação, Cheng Mengrong.
A empresa liderada por Rui Cartaxo anunciou em Outubro um financiamento de 800 milhões de euros com o China Development Bank, um dos compromissos assumidos pela empresa chinesa State Grid aquando da aquisição de 25% do capital da gestora das redes energéticas nacionais.
A chinesa State Grid concorreu à compra de 25% na REN, no âmbito da privatização da empresa, com o compromisso de conceder créditos no valor de 1.000 milhões de euros para financiar investimentos e necessidades de refinanciamento.
Em maio, os chineses da State Grid e aos árabes da Oman Oil Company adquiriram 40% do capital da REN, o que permitiu ao Estado um encaixe de 592,21 milhões de euros.
Após esta fase de privatização, o Estado fica ainda na posse de 11,1% dos títulos da REN, que o Governo pretende dispersar em bolsa, quando as condições de mercado melhorarem.
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