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Passos e Gaspar "discordavam" da troika, mas tiveram que a "abraçar"

O ex-ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional defende que não é possível fazer comparações entre o Governo atual e o anterior porque o contexto é diferente e garante que Pedro Passos Coelho e Vítor Gaspar não concordavam com tudo o que era imposto pela troika.

Passos e Gaspar "discordavam" da troika, mas tiveram que a "abraçar"
Notícias ao Minuto

23:54 - 30/12/16 por Goreti Pera

Economia Poiares Maduro

Miguel Poiares Maduro fez, na antena da RTP3, uma retrospeção sobre o ano que agora termina, apontando sucessos e erros à política do atual Governo, sem esquecer a ação do anterior, do qual fez parte.

O ex-ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional não partilha da opinião de que o sucesso da governação à Esquerda seja sinónimo de que havia uma alternativa à ação seguida pelo Executivo anterior, porque a realidade mudou.

“Não se pode dizer que existia uma alternativa, porque o ponto de comparação tinha de ser a realidade que o governo anterior enfrentou, que era um défice superior a 10%. O que o governo anterior conseguiu foi poupanças de oito mil milhões de euros”, atirou o social-democrata, convicto de que “a reposição de rendimentos mais acelerada do que estava a ocorrer é menos do que parece, porque aquilo que se dá é depois retirado com o aumento de impostos indiretos”.

Fruto dessa estratégia, ressalva, “tivemos o investimento mais baixo em décadas em Portugal e a reposição de rendimentos pode não ser sustentável no médio/longo prazo”.

Já no que toca ao governo PSD/CDS e às acusações de que foi “além da troika”, Poiares Maduro aponta uma explicação: “Houve de Vítor Gaspar e Passos Coelho a perceção de que sair mais rapidamente possível do império da troika era sair do programa de assistência financeira e, para isso, tínhamos de retomar a credibilidade e a confiança externa. Tinha de se fazer um discurso de abraçar e assumir a propriedade do programa de ajustamento da troika, embora se discordasse de muitos aspetos que estavam no programas”.

“Mas teve de fazer esse discurso”, prosseguiu, “porque era fundamental para o país conquistar credibilidade e confiança externa”. Mesmo tendo isso um “custo político interno”.

E, neste campo, fez uma comparação com a Grécia, onde “Tsipras assumiu uma estratégia contrária. Deu-lhe ganhos políticos internos no imediato, mas com um custo brutal para o país, que continua com um novo programa de ajustamento e viu a sua dívida aumentar em mais de 50 mil milhões”.

Numa análise ao primeiro ano de mandato de Marcelo Rebelo de Sousa enquanto Presidente da República, entende Poiares Maduro que “tem tido uma função útil para o país porque a sua personalidade é importante depois do período duro que Portugal atravessou”.

Mas é importante também, a seu ver, que “o Presidente se recorde que aquilo que, do ponto de vista privado, podem ser grandes virtudes, do ponto de vista público, podem ser defeitos (ser amigo do seu amigo, por exemplo)”. Foi, diz, o que aconteceu com o Teatro da Cornucópia. “O Presidente não pode pedir um tratamento de favor para alguém”, atirou.

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