Sindicato da Hotelaria exige "mais atenção" para o trabalho precário
O Sindicato da Hotelaria do Norte quer que o Governo reveja a lei hoteleira e exige "mais atenção" para o trabalho precário, sugerindo "inspeções mais apertadas".
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Economia Norte
Em declarações à agência Lusa o responsável do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte (STIHTRSN), Francisco Figueiredo, contou que se reuniu com a secretária de Estado do Turismo para alertar o Governo para a necessidade de "obrigar os hotéis a ter um quadro de trabalhadores mínimos para todas as secções".
A par desta medida, o sindicato quer que o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social faça, através da Autoridade para as Condições do Trabalho, "inspeção mais apertada ao setor da restauração e bebidas" aproveitando "a época de verão".
Francisco Figueiredo considera que esta é "uma boa altura para que os patrões legalizem o trabalho precário ao qual recorrem já que foram beneficiados com a redução do IVA [de 23 para 13%] e alcançam melhores lucros neste período".
"Não é justo que os patrões aumentem os preços e não aumentem os trabalhadores. Estão a engordar à custa da mão-de-obra", referiu o dirigente do STIHTRSN quando se preparava para uma ação na Praça da Liberdade, no Porto, junto a restaurantes e cafés.
Esta iniciativa está integrada num programa de várias ações distribuídas ao longo de duas semanas que incluem concentrações à porta de unidades hoteleiras que, segundo o sindicato, não promovem aumentos salariais há muitos anos.
"Não dão aumentos salariais há cinco anos mas têm aumentado os preços. O objetivo destes grupos é igualar os valores praticados em cidades europeias como Madrid e Barcelona. Mas nós não podemos aceitar que as empresas deixem para trás os trabalhadores e não aumentem os salários", disse Francisco Figueiredo.
Nestas concentrações o Sindicato da Hotelaria do Norte interpela os clientes do hotéis para explicar a situação, convidando-os a assinarem um abaixo-assinado que ao fim do dia é entregue ao grupo hoteleiro em causa.
Estão a ser apresentados textos escritos quer em português, quer em inglês e de acordo com os sindicalistas "a solidariedade tem chegado de várias nacionalidades".
Em setembro a totalidade dos documentos será entregue à Associação Portuguesa de Hotelaria Restauração e Turismo (APHORT).
"Temos conseguido que alguns hotéis façam aumentos salariais por força da luta e da resistência e argumentação dos trabalhadores mas a maioria ainda não deu. Não vamos desistir", referiu o responsável do STIHTRSN.
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