Portagens: Setor do turismo lamenta não ter sido ouvido sobre descontos
A Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT) lamentou hoje que o Governo não tenha chamado o setor para debater as reduções das portagens nas antigas scut, considerando que o documento "não reflete todos os interesses nacionais".
© Global Imagens
Economia APHORT
"A APHORT lamenta o facto do setor do turismo não ter sido ouvido na elaboração do diploma sobre a redução das portagens", indicou hoje aquela associação em comunicado.
Para a APHORT, o diploma do Governo é redutor no combate às assimetrias regionais, uma vez que "deixa de parte regiões como o Alto Minho, Douro ou Alto Tâmega".
"O turismo foi esquecido no momento da elaboração deste documento, que tem como suposto objetivo mitigar as assimetrias regionais e os efeitos das portagens na atividade económica e nas exportações de algumas regiões", lê-se no comunicado.
Afirmando que podia ter dado "importantes contributos para o documento, tendo em vista o crescimento, em termos gerais, da economia, do emprego e das exportações do país", aquela associação defende que a portaria "deveria ter incluído a criação de melhores condições de mobilidade, mitigando os efeitos das portagens entre o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, a principal porta de entrada de turistas para as regiões norte e centro e os principais destinos a si ligados".
A APHORT considera que os troços da A28 -- autoestrada do Litoral Norte -, entre Matosinhos e Viana do Castelo e o da A7 -- autoestrada do Douro -, entre Guimarães e Vila Pouca de Aguiar, também deveriam ter sido contemplados com reduções uma vez que são "canais vitais para o acesso dos turistas que chegam via aeroporto e que pretendem visitar o Alto Minho ou as regiões do Alto Tâmega e do Douro".
No final, a associação alertou o Governo de que a "tarefa de 'mitigar as assimetrias regionais'" será "muito difícil de alcançar se o único olhar sobre o país continuar a ser apenas o olhar da capital".
O Governo anunciou na quarta-feira 15% de desconto a todos os veículos que circulem, a partir de 01 de agosto, em algumas autoestradas, vias maioritariamente localizadas no interior do país e no Algarve.
O Executivo apontou critérios de convergência económica e coesão territorial para justificar os descontos nas portagens nas autoestradas A23 Torres Novas - Guarda, A22 (Lagos - Vila Real de Santo António) e A24, entre Viseu e a fronteira de Vila Verde de Raia, no município de Chaves.
Os descontos estendem-se à autoestrada A4, denominada Transmontana, entre Amarante e Quintanilha (Bragança), mas deixa de fora o troço daquela via entre Matosinhos (Porto) e Amarante. Ainda na A4, no Túnel do Marão, recentemente inaugurado, o preço praticado já abrange os 15% de desconto, esclarece o Governo.
Abrangida é também a A25 entre Albergaria-a-Velha e Vilar Formoso, mas não no troço inicial, que liga Aveiro a Albergaria-a-Velha.
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