A estimativa do índice PMI da atividade na zona euro da HCOB, elaborado pela S&P Global - que integra a IHS Markit - e hoje publicado, situou-se em março em 49,9 pontos, o valor mais elevado em sete meses e sete décimas acima do valor de 49,2 de fevereiro, bem como muito próximo dos 50 pontos, que separa o crescimento da contração.

O mês de março é o décimo mês consecutivo de queda na atividade total, embora tenha sido apenas marginal e a menor desde junho de 2023, indicando que a atividade está quase a estabilizar, embora de forma desigual entre os países.

Assim, a França e a Alemanha continuam com quedas persistentes na atividade total, uma situação que contraria uma recuperação crescente no resto da zona euro.

A produção da indústria transformadora na zona euro caiu pelo décimo segundo mês consecutivo em março e a taxa de declínio abrandou ligeiramente para registar mais um mês de forte contração, com as novas encomendas a caírem "acentuadamente".

Em contrapartida, a atividade no setor dos serviços aumentou pelo segundo mês em março, após seis meses de queda, e o ritmo de crescimento registou "a expansão mais forte desde junho de 2023", embora permaneça "muito abaixo do observado" no ano passado.

O economista-chefe da HCB, Cyrus de la Rubia, insiste que chegou o momento de "desistir" dos que esperam uma recuperação da indústria transformadora no primeiro trimestre, uma vez que os dados confirmam "a clara fraqueza deste setor, que parece ser dominado pelo peso pesado da Alemanha".

"A produção caiu mais ou menos ao mesmo ritmo que nos dois primeiros meses do ano e as novas encomendas mantiveram a tendência persistente de queda", detalha o economista, que reconhece que "há uma réstia de esperança" porque "as empresas continuam otimistas quanto à produção futura".

O emprego aumentou em março, embora a "um ritmo muito modesto", uma vez que no setor da indústria transformadora se registou "uma taxa crescente de destruição de emprego" - a segunda mais intensa desde agosto de 2020 - e no setor dos serviços a criação de emprego ocorreu a "um ritmo mais suave".

Numa base por país, foram observados declínios marginais no número de funcionários na Alemanha e em França, mas o resto da região registou uma criação líquida de emprego impulsionada pelo setor dos serviços, embora a um ritmo mais lento devido à escassez de mão-de-obra.

As pressões sobre os preços abrandaram em março, mas permaneceram elevadas face aos padrões pré-pandemia, e a taxa de inflação dos custos diminuiu, em geral, para um mínimo de três meses.

Os custos no setor dos serviços aumentaram ao ritmo mais lento em oito meses, enquanto os preços de compra no setor da indústria transformadora caíram ao ritmo mais fraco em 12 meses, segundo o comunicado.

Entretanto, a inflação dos preços de venda moderou-se em março, abrandando pela primeira vez em cinco meses, depois de ter atingido um máximo de nove meses em fevereiro último.

Olhando para o futuro, as expectativas das empresas para os próximos doze meses melhoraram em março pelo sexto mês consecutivo, mostrando "o maior grau de otimismo desde fevereiro de 2023".

A confiança atingiu um máximo de 23 meses no setor dos serviços, mas caiu ainda mais no setor da indústria transformadora, diz a S&P Global, que observa que "a confiança das empresas melhorou" graças às "expectativas de queda das taxas de juro e de uma moderação das pressões sobre o custo de vida".

No entanto, continuam a existir preocupações quanto aos elevados níveis de incerteza económica, devido às preocupações geopolíticas globais e aos níveis de preços ainda elevados.

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