Depois do 'quiet quitting', o 'quiet firing': Seis sinais a ter em conta
A par da desistência silenciosa por parte do trabalhador, surge mais uma tendência no mercado laboral: o 'quiet firing' ou despedimento silencioso. O objetivo é levar o trabalhador a despedir-se em vez de ser despedido.
© iStock
Economia Trabalho
Nos últimos dias, muito se tem falado sobre o 'quiet quitting', mas este é um fenómeno que não vem sozinho. A par da desistência silenciosa por parte do trabalhador, surge mais uma tendência no mercado laboral: o 'quiet firing' ou despedimento silencioso. Sabe como identificar?
"Como o nome indica, o 'quiet firing' consiste numa 'desistência' gradual por parte do empregador sobre determinado colaborador, em que este segundo é colocado numa posição contínua de estagnação e consequente insatisfação para, posteriormente, tomar a iniciativa de se despedir em vez de ser despedido. Desta forma, a chefia evita confrontos e conversas desconfortáveis, ao mesmo tempo que poupa dinheiro com despedimento proativo", explica a consultora de recursos humanos Kelly Portugal em comunicado enviado ao Notícias ao Minuto.
Contudo, estes comportamentos "podem não ser necessariamente intencionais" e são "fruto do contexto atual de extrema volatilidade, excesso de trabalho e consequente desgaste", diz Vanda Brito, diretora de recursos humanos da Kelly Portugal, citada na mesma nota.
"A comunicação acabar por ser o fator-chave para a resolução deste tipo de atritos”, pelo que devem ser "marcadas e executadas conversas francas, diretas e honestas, para que fiquem esclarecidas dúvidas e abordadas as expectativas de parte a parte".
A empresa de recursos humanos considera que é "vital" para os colaboradores estarem atentos aos sinais, de modo a analisarem se estão a ser 'silenciosamente despedidos' e, para facilitar o processo de identificação, a consultora de recursos humanos revela seis sinais a ter em conta:
- Temas 'tabu': "Apesar do bom desempenho, temas como promoções internas ou aumentos salariais são constantemente evitados ou adiados sem qualquer justificação, ao mesmo tempo que os pares vão evoluindo nas respetivas carreiras";
- A falta de feedback: "As tarefas concluídas com sucesso não são reconhecidas e, perante os erros, a chefia não apresenta críticas construtivas perante o esforço do colaborador";
- As tarefas diferem da competência: "O colaborador só recebe tarefas que já não se adequam ao nível das suas competências e conhecimento da profissão e que facilmente seriam atribuídas a colaboradores mais juniores ou estagiários";
- A falta de informação: "O colaborador não recebe a informação que é necessária para ser bem-sucedido, sejam briefings para as novas tarefas ou contexto das mesmas, informações ou atualizações sobre a empresa ou da equipa; entre outro tipo de informações que normalmente são comunicadas";
- Não existem momentos one-on-one: "A chefia diz-se constantemente indisponível para se pôr a par das necessidades e frustrações do colaborador, não demonstrando interesse no crescimento profissional do mesmo";
- As críticas nas reuniões de equipa: "O colaborador é posto em cheque nas reuniões de equipa, sendo alvo de críticas e, quando intervém, as suas opiniões são menosprezadas ou não são tidas em conta".
Leia Também: "Talvez seja cedo para classificar 'quiet quitting' como algo negativo"
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com