Juros podem subir a um ritmo mais rápido se for "apropriado"
O presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), que anunciou hoje um aumento de 25 pontos base da taxa de juro de referência, garantiu que o banco subirá o ritmo de aumentos caso seja necessário.
© Reuters
Economia Powell
"Vamos ver se os dados mostram uma melhoria esperada na inflação. Estaremos a analisar as perspectivas de inflação e a fazer uma avaliação. Cada reunião é uma reunião ao vivo e se concluirmos que será apropriado aumentar as taxas de juros mais rapidamente, faremos isso", disse Jerome Powell, em conferência de imprensa, após o fim da reunião de dois dias do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês).
A Fed subiu hoje os juros em 25 pontos base para um intervalo da taxa de referência entre 0,25% e 0,50%, naquele que é o primeiro aumento desde 2018, depois de dois anos com o intervalo da taxa diretora em mínimos históricos.
Powell admitiu que a inflação provavelmente irá levar mais tempo para regressar à meta de estabilidade de preços do banco central, do que o esperado anteriormente.
A Fed estima agora uma inflação de 4,3% este ano e de 2,7% em 2023, superando a estimativa de 2,6% para 2022 e de 2,3%, divulgadas em dezembro. Para 2023, a Fed espera uma inflação de 2,3%.
Por outro lado, o banco central norte-americano cortou as perspetivas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2,8% este ano, que compara com os 4% esperados em dezembro, estimando um crescimento 2,2% em 2023 e 2% em 2024.
O presidente da Fed acredita, assim, que "a probabilidade de uma recessão não é particularmente elevada", justificando a existência de uma forte procura agregada, salientando que "os balanços das famílias e das empresas são fortes".
"Todos os sinais são de que esta é uma economia forte", disse.
No comunicado divulgado hoje, o FOMC destaca que "os indicadores de atividade económica e o emprego continuaram a fortalecer-se", salientando que os ganhos de emprego foram fortes nos últimos meses e a taxa de desemprego diminuiu substancialmente.
Sublinha ainda que a inflação continua elevada, "refletindo desequilíbrios na oferta e na procura relacionados com a pandemia, preços de energia mais altos e pressões de preços mais amplas".
A Fed assinala também que "a invasão da Ucrânia pela Rússia está a provocar enormes prejuízos humanos e económicos".
"As implicações para a economia dos EUA são altamente incertas, mas no curto prazo, a invasão e os eventos relacionados provavelmente irão criar uma pressão ascendente adicional sobre a inflação e pesa na atividade económica", acrescenta.
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