Associações afetadas por greves ameaçam abandonar Porto de Lisboa
Quatro associações afetadas pelas greves dos estivadores no Porto de Lisboa ameaçam deixar de usar o porto, optando por soluções mais caras, e avisam que as paralisações estão a prejudicar "todos os outros" trabalhadores das empresas exportadoras.
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Economia Estivadores
"A situação continuada de instabilidade laboral no porto de Lisboa coloca em risco a sustentabilidade das empresas da cadeia logística, que aí operam, obrigando-os a encontrar outros caminhos para as cargas, mais onerosos, em prejuízo do Porto de Lisboa", afirmam em comunicado hoje divulgado a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), a Associação dos Agentes de Navegação (AGEPOR), a Associação dos Transitários de Portugal (APAT) e a Câmara dos Despachantes Oficiais (CDO).
As associações avisam que os navios se estão a afastar dos terminais de contentores do porto e que só armadores dos navios revelam cansaço e perda de confiança no porto de Lisboa.
E acrescentam que "aceitar ou insistir" no transporte através do porto enquanto a legalidade não for "reposta" e a atividade normalizada é "contribuir ou mesmo fomentar" uma situação que consideram "contrária" ao interesse do país.
"É inaceitável que alguns trabalhadores, ao arrepio do quadro legal, e com situação salarial privilegiada, bem acima da média, estejam a prejudicar objetivamente o labor de todos os outros trabalhadores das empresas exportadoras, e a perigar postos de trabalho, na região, do setor de transporte e logística", consideram.
A administração do Porto de Lisboa emitiu também hoje um comunicado, salientando que o conflito laboral que se arrasta desde agosto de 2012 "tem vindo a comprometer seriamente" o trabalho de desenvolvimento e crescimento de todo o Porto de Lisboa, "provocando instabilidade e falta de credibilidade" junto dos armadores e operadores de transporte marítimo mundial.
"No momento em que a economia portuguesa começa a evidenciar sinais de retoma firmes e sustentáveis, a Administração do Porto de Lisboa apela fortemente à consolidação das relações laborais e a um compromisso entre todos os agentes económicos que permitam continuar a afirmar o Porto de Lisboa nacional e internacionalmente", acrescenta.
As greves dos estivadores do Porto de Lisboa provocaram uma quebra de 68% do número mensal de contentores movimentados em novembro e dezembro de 2013, segundo dados da Associação de Operadores do Porto de Lisboa (AOPL).
A 31 de janeiro, o Sindicato de Estivadores decidiu prolongar as greves no Porto de Lisboa até ao dia 24 de fevereiro após um plenário com os trabalhadores.
Segundo o dirigente sindical António Mariano, os estivadores estão contra o recurso a novos trabalhadores, depois de terem sido despedidos 47 em 2013, e contestam sobretudo o novo operador Porlis.
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