A empresa, que produz este tipo de equipamentos vocacionados para aquecimento de águas sanitárias e aquecimento central, considerou que este incremento poder estar relacionado com o facto dos consumidores terem passado mais tempo em casa durante a pandemia de covid-19, referindo que o volume de negócios em maio, deste tipo de produtos para o setor doméstico, praticamente duplicou, passando, de 270 mil euros, registados em janeiro, para 500 mil euros.

"Ultrapassado o período crítico da pandemia de covid-19, registamos um crescimento significativo na venda de painéis solares a particulares durante o mês de maio. É uma tendência que, julgamos, se irá manter nos próximos tempos e que pode ser reflexo do período de quarentena vivido, durante o qual as pessoas passaram mais tempo nas suas habitações", explicou Luís Rocha, proprietário da empresa.

O responsável partilhou que alguns estudos realizados sobre o setor indicam que durante o período de isolamento social, imposto pela pandemia, muitas pessoas aproveitaram para fazer reformas nas suas habitações, instalando este tipo de produtos.

"Não só porque se trata da utilização de uma fonte de energia renovável e, portanto, mais amiga do ambiente, mas também por questões relacionadas com os custos", interpretou Luís Rocha, apontando que este tipo de equipamentos pode levar a uma "poupança de 85% na fatura energética de uma habitação".

O empresário considerou, também, que este crescimento nas vendas da empresa pode estar relacionado com a possibilidade de uma segunda vaga de covid-19 no final do ano "levando as pessoas a adotarem sistemas de aquecimento mais económicos".

Já em abril a Energie tinha anunciado um crescimento de 11% nas suas vendas internacionais, em comparação com o período homologo de 2019, exportando quase mil painéis solares para mercados como Itália e Holanda.

A empresa, localizada em Laúndos, no concelho da Póvoa de Varzim, conta atualmente com cerca de 50 colaboradores, tendo encerrado o ano de 2019 com um volume de negócios na ordem dos 8,5 milhões de euros.

Em fevereiro deste ano, as instalações da Energie ficaram parcialmente destruídas devido a um incêndio, mas poucos dias depois a firma conseguiu retomar a produção.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 511 mil mortos e infetou mais de 10,50 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.576 pessoas das 42.141 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.