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Sindicatos da cortiça dizem que há margem para melhores remunerações

Os sindicatos que vêm negociando o novo contrato coletivo de trabalho da indústria corticeira defenderam hoje que, entre 2009 e 2016, o peso dos salários passou de 62,3% para 41%, pelo que dizem haver margem para melhores remunerações.

Sindicatos da cortiça dizem que há margem para melhores remunerações
Notícias ao Minuto

18:42 - 08/07/19 por Lusa

Economia Cortiça

É esta a reação da estrutura sindical do setor ao argumento da Associação Portuguesa de Cortiça (APCOR), que no passado sábado afirmou que os sindicatos recusaram "o maior aumento salarial do século" ao mostrarem-se indisponíveis para aceitar uma subida mínima de 17,06 euros mensais -- que seria o valor de referência para o escalão de remuneração mais baixo.

Agora, o Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte (SOCN), o Sindicato dos Trabalhadores da Cerâmica, Construção e Cortiças do Sul (STCCMCS) e a Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (FEVICOM) rejeitam "que o setor não possa suportar um aumento salarial superior a esses 17,06 euros mensais".

Referindo que "em 2009 o peso das remunerações na riqueza criada era de 62,3% e que em 2016 esse passou a ser só de 41%", as três estruturas sindicais dizem à Lusa que o aumento salarial proposto pela APCOR não tem em conta os bons resultados das empresas do setor.

"A Corticeira Amorim em 2018 aumentou os lucros em 6%, num valor de 77,4 milhões de euros", realçam os representantes da força laboral, a propósito do maior empregador nacional da indústria corticeira e líder mundial.

SOCN, STCCMCS e FEVICOM reivindicam, por isso, um aumento mínimo de 20 euros mensais, alegando até que a proposta de 17,06 euros apresentada pela APCOR "desrespeita o contributo e o empenho" dos cerca de 8.000 trabalhadores corticeiros que vêm gerando riqueza nesse segmento.

"A distribuição da riqueza do setor está profundamente desequilibrada e os factos confirmam que os corticeiros estão a empobrecer a trabalhar: a sua produtividade e esforço têm vindo a aumentar, mas o peso dos seus salários tem vindo a cair face à riqueza criada", declaram os sindicatos.

As estruturas sindicais revelam que "a auscultação em curso nos locais de trabalho decidirá os próximos passos deste processo negocial para inverter o ciclo de desigualdades que se verifica no setor".

Contactada pela Lusa, a APCOR começa por notar que "é surpreendente ver os sindicatos optarem pelo primado do individual sobre o coletivo" e contrapõe aos comentários sobre a Amorim o facto de que a associação é constituída por "280 empresas que representam a esmagadora maioria do setor da cortiça".

Nessa perspetiva, essa entidade patronal defende que "seria ilógico pensar um contrato coletivo de trabalho com base em uma ou duas empresas apenas".

A APCOR insiste que a proposta que apresentou aos sindicatos "significa, efetivamente, o maior aumento salarial deste século" e realça: "representa quase três vezes a inflação prevista para este ano, garantindo assim a plena proteção do poder de compra" dos seus colaboradores.

Afirmando que o setor já vem adotando uma "política de valorização salarial que coloca a indústria da cortiça em posição destacada no panorama nacional", a APCOR antecipa que continuará a defender "uma atualização salarial em sintonia com as condições do setor" e conclui: "aguardamos uma posição semelhante por parte dos sindicatos".

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