ACP quer equipa especializada em crimes rodoviários no MP
O Automóvel Clube de Portugal (ACP) defendeu hoje a criação de uma equipa especializada em crimes rodoviários no Ministério Público e de um grupo de trabalho no parlamento para avaliar o Plano Estratégico Nacional de Segurança Rodoviária 2020.
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Economia Observatório
Na semana da Segurança Rodoviária das Nações Unidas, o ACP publica um estudo sobre a evolução da sinistralidade rodoviária entre 2010 e 2018 e concluiu que, caso esta tendência se mantenha, vão morrer nas estradas portuguesas cerca 520 pessoas em 2020.
Nesse sentido, o estudo do Observatório do ACP mostra o que está por fazer em Portugal e concluiu que as metas traçadas no Plano Estratégico Nacional de Segurança Rodoviária (PENSE 2020) não vão ser atingidas.
O PENSE 2020, que entrou em vigor a 2017, tem como metas reduzir em 56% o número de vítimas mortais e em 22% os feridos graves até 2020, face aos valores de 2010, quando morreram nas estradas portuguesas 937 pessoas e 2.475 ficaram gravemente feridas.
No estudo, o ACP traça "um retrato negro que, se não for urgentemente revertido, vai provocar um novo aumento da sinistralidade rodoviária" e avança com a proposta de várias medidas para ser executadas a "muito curto prazo".
O Automóvel Clube de Portugal apela ao Governo para que cumpra o que está previsto no PENSE 2020.
Além da criação de uma equipa especializada em crimes rodoviários no MP e de um grupo de trabalho no parlamento para acompanhar e avaliar a execução do PENSE, o ACP propõe também a criação com caráter de urgência das denominadas "zonas 30" e a introdução de um sistema monitorização e de vigilância ativa dos veículos sem seguro e sem inspeção válida e de comunicação com os respetivos proprietários.
O ACP defende também a introdução da fiscalização por radar em semáforos e da figura "condutor responsável" (a cada veículo corresponde um condutor identificável) e de um sistema dissuasor do seu não cumprimento.
Dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) mostram que o número de mortos nas estradas portuguesas aumentou em 2018, pelo segundo ano consecutivo.
Segundo a ANSR, em 2016 morreram 445 pessoas, passando para 510 em 2017 e para 513 em 2018.
Já o número de feridos graves aumentou ligeiramente entre 2016 e 2017, passando dos 2.102 para 2.198, baixando no ano passado para 2.093.
Este ano, os acidentes rodoviários já provocaram, até ao final de abril, 148 mortos, mais 8% do que no mesmo período de 2018, de acordo com a ANSR.
Os feridos graves também aumentaram 10,6% nos primeiros quatro meses do ano, com um total de 605, enquanto no mesmo período de 2018 tinham ficado gravemente feridas 547 pessoas.
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