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"Benfica já sabe o que o espera em Dortmund e tem condições para passar"

Dante defrontou por várias vezes o adversário dos encarnados nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões e, em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, considerou "normal" a vitória dos homens de Rui Vitória na Luz.

"Benfica já sabe o que o espera em Dortmund e tem condições para passar"
Notícias ao Minuto

08:00 - 08/03/17 por Carlos Pereira Fernandes

Desporto Dante

Após oito temporadas na Alemanha, onde representou Bayern Munique e Borussia Monchengladbach, Dante regressou a França, país que lhe abriu as portas do futebol europeu, mas para representar o Nice.

Em terras germânicas, o internacional brasileiro defrontou por 15 vezes o Borussia Dortmund, pelo que pode falar com experiência sobre o adversário do Benfica nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões.

Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, o central de 33 anos considera que a vitória dos encarnados na Luz foi “um resultado normal”, mas avisa para as dificuldades para a “pressão pesada” que o chamado ‘muro amarelo’ irá exercer na partida da segunda mão.

Admiro bastante a equipa do Benfica

Ficou surpreendido com a vitória do Benfica sobre o Borussia Dortmund?

Surpreendido, surpreendido, não. O Benfica tem uma grande equipa, com grandes jogadores, com muita experiência. É também uma equipa que está habituada a jogar na Liga dos Campeões. Por isso, não fiquei surpreendido.

Mas não foi uma vitória fácil...

O Borussia Dortmund também é uma grande equipa, com grandes avançados e um grande poder ofensivo, mas o Benfica, especialmente em Portugal, cresce cada vez mais. Foi um resultado normal, por estar a jogar em casa, apesar do penálti falhado pelo Aubameyang.

Como é jogar em Signal Iduna Park?

Estão ali 80 mil pessoas a gritar, é uma pressão muito pesada. Mas, como disse, o Benfica tem jogadores experientes, que estão habituados a jogar em grandes estádios. Eles já sabem o que os espera e penso que têm condições de passar.

E quem poderá fazer a diferença para o Benfica?

Admiro bastante a equipa do Benfica. Tem grandes jogadores, que conheço, como o Júlio César, o Luisão, o Jonas, o Salvio...

Balotelli é um jogador importante, que quer corrigir os erros do passado

O Benfica deixou muita gente surpreendida com a vitória na Liga dos Campeões, mas o mesmo se pode dizer do Nice em França.

Começámos muito bem. Fizemos uma grande primeira volta. Ali pela altura do Natal tivemos vários jogadores lesionados e fizeram-nos falta. Não conseguimos ganhar jogos importantes. Mas continuamos numa boa progressão, a equipa tem vindo a fazer uma belíssima temporada.

Apesar dessa ‘quebra’, o título é possível?

Sabemos que estamos a três pontos do primeiro lugar, mas o importante não é ficar a olhar para a tabela e pensar no título. O importante é pensar jogo a jogo, para continuar a evoluir, tanto tática como tecnicamente e coletivamente. A partir do momento em que continuamos a progredir, o mais importante já está feito. No final da época, se formos ganhando jogos e conseguirmos manter-nos lá em cima, aí sim podemos falar de objetivos mais claros.

Qual foi o segredo para se meter no meio da luta PSG-Mónaco?

O mais importante foi o poder coletivo. O grupo está todo focado, concentrado. O treinador, Lucien Favre, conseguiu passar-nos bem a sua filosofia e ideia de jogo. Graças a Deus todos conseguimos entendê-lo. O segredo é o conjunto de tudo isso: a ideia do treinador e a concentração e vontade de trabalhar dos jogadores. Temos grandes jogadores, como o Balotelli, o Belhanda…

Agora que fala do Balotelli, como é trabalhar com ele?

Ele já conseguiu estabilizar. Teve uma boa sequência, depois infelizmente lesionou-se e também esteve suspenso... É um jogador importante, que quer corrigir os erros do passado. Ele sabe o que fez e só tem a crescer. Sabe que o mais importante na carreira é marcar golos, ajudar os companheiros, ser uma pessoa agradável no dia-a-dia. É isso que está a fazer connosco, e muito bem.

A experiência do Dante também tem sido importante junto dos jogadores mais jovens?

Um pouco, em certos momentos da temporada. Temos jogadores com pouca experiência e tentamos passar-lhes que é o momento de continuarem concentrados, de trabalhar mais. Tento conversar com eles no dia-a-dia, durante os jogos, corrigir algumas pequenas coisas que posso passar-lhes. Estou a tentar ao máximo passar-lhes algumas coisas positivas para que continuem a crescer. Jogadores com uma certa idade, com um certo currículo, são sempre bons em equipas jovens como a nossa.

China? Por que não?

Chegou à Europa em 2003, para assinar pelo Lille. Este regresso a França, tantos anos depois, foi uma aposta pessoal?

Queria mudar um pouco, já estava há oito anos na Alemanha e fui várias vezes campeão. Queria algo novo, uma motivação nova, um novo desafio. Encontrei, aqui em França, uma boa oportunidade, com o Lucien Favre, que trabalhou comigo no Borussia Monchengladbach. Foi perfeito. A adaptação foi rápida, já falo a língua. Foi um bom desafio que encontrei e estou muito feliz.

Com a sua idade há, no entanto, quem prefira assinar por outro tipo de campeonatos, como o chinês. Como tem acompanhado essas movimentações?

Cada jogador tem os seus objetivos para a carreira e respeito a decisão de cada um, mas penso que alguns jogadores com um certo nível poderiam pensar primeiro em jogar primeiro em grandes provas, como a Liga dos Campeões, e permanecer nesse nível antes de escolher a China. Mas, mais uma vez, digo que respeito a decisão de todos os jogadores que foram para lá.

Pode vir a ser uma opção futura para si?

Nunca sabemos o que pode acontecer amanhã... É um futebol que se está a desenvolver, a atrair bastantes brasileiros. Por isso, por que não? Acho que já estou numa idade em que posso escolher o melhor caminho, poderia ser bom. Mas tenho um contrato longo aqui e, por enquanto, só penso em ficar no Nice.

Isso não o poderia afastar da seleção brasileira?

Eu sou uma pessoa bastante realista e sincera. Hoje em dia, se olharmos para os defesas brasileiros, há bastantes mais novos do que eu, com grande qualidade, como o Marquinhos, o Thiago Silva, o Miranda, o Gil, o próprio Filipe... Fica um pouco complicado, até porque, no Mundial, já teria 35 ou 36 anos. Com a idade, as coisas vão passando e têm de se renovar, faz parte do futebol.

Como tem acompanhado o trabalho do Tite?

Com bastante felicidade. O Tite conseguiu passar a mensagem para os jogadores, que estão realmente bem direcionados e a acreditar no que o treinador diz. É muito bom ver os meus ex-companheiros ganhar jogos. Fico muito feliz em ver a progressão de garotos novos e espero que continue assim.

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