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Ana Pessoa volta a mergulhar na adolescência no livro 'Mary John'

A escritora e tradutora Ana Pessoa edita este mês o livro juvenil 'Mary John', no qual volta a escrever sobre a adolescência, essa "fase de grande questionamento, de reflexão, de descoberta", como afirmou a autora à agência Lusa.

Ana Pessoa volta a mergulhar na adolescência no livro 'Mary John'
Notícias ao Minuto

10:25 - 03/12/16 por Lusa

Cultura Literatura

Depois de 'O caderno vermelho da rapariga karateca' e 'Supergigante', Ana Pessoa escreveu um romance em forma de carta, no qual a protagonista, uma adolescente chamada Maria João, se dirige a um amigo de infância, o Júlio 'Pirata', por quem teve uma paixoneta não correspondida.

"Tinha duas coisas que eu queria explorar: A imagem de uma rapariga um pouco disfuncional, que perde toda a confiança, que está a descobrir o corpo, e queria explorar o romance epistolar; escrevi muitas cartas na adolescência e gosto muito desse registo", contou Ana Pessoa.

Na história há um momento de separação, com Maria João a mudar de cidade e a conhecer novos amigos, o que leva também a uma alteração do tom da narrativa, de um registo de mágoa e tristeza para alegria e humor.

"Eu não sou a Maria João, mas tenho empatia por ela, pelas emoções delas", ressalvou a escritora, que começou a alinhavar esta personagem em 2014, quando publicava o romance anterior, 'Supergigante'.

Nascida em Lisboa em 1982, Ana Pessoa vive em Bruxelas há quase dez anos, onde trabalha como tradutora no Conselho da União Europeia.

Diz que escreve apenas nos tempos livres, mas já publicou contos em várias coletâneas. O primeiro livro, 'O caderno vermelho da rapariga karateca', valeu-lhe o Prémio Branquinho da Fonseca 2011.

"Escrevo muito à mão, sem objetivo nenhum e de repente já estou mergulhada numa história e depois entro num processo um bocado obsessivo em que sinto que não posso deixar de escrever e tenho pressa de concretizar", contou.

Ana Pessoa recorda a adolescência dela como tendo sido "muito cheia, bastante feliz, de grande intensidade e concretização pessoal".

"Também foi uma fase de grande introspeção, de passar muito tempo no quarto a ouvir música e a escrever" diários e ficção, relatou.

A escritora, que é uma das novas vozes da literatura portuguesa para jovens, recorda que naquela fase teve muitas pessoas a sugerir-lhe leituras, mas não teve mentores. "Li um pouco de tudo, das coisas mais pirosas a Camus e Mia Couto e, claro, Alice Vieira e 'Uma aventura'".

Há dez anos com a condição de emigrante, de quem vê o país do lado de fora, Ana Pessoa não tem um plano definido para o percurso na literatura, mas diz que gostava de "consolidar esta relação" que tem com a escrita com o tema da adolescência.

Com ilustração e trabalho gráfico de Bernardo Carvalho, 'Mary John' tem o selo da editora Planeta Tangerina, a mesma que publicou os anteriores 'O caderno vermelho da rapariga karateca' e 'Supergigante.'

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