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Ministra da Cultura destaca "inestimável trabalho" na antropologia

A ministra da Cultura, Graça Fonseca, sublinhou hoje o "inestimável trabalho de dedicação" à cultura portuguesa realizado pelo antropólogo Benjamim Pereira, que morreu na quarta-feira, aos 91 anos, em Viana do Castelo.

Ministra da Cultura destaca "inestimável trabalho" na antropologia
Notícias ao Minuto

16:19 - 02/01/20 por Lusa

Cultura Benjamim Pereira

Numa nota de pesar difundida pelo gabinete, a ministra lamenta a morte do antropólogo, etnólogo, museólogo e professor Benjamim Pereira (1928-2019), "figura tutelar da antropologia em Portugal, sendo o seu percurso profissional indissociável da autonomia desta disciplina científica no nosso país".

Destaca ainda que Pereira, um dos fundadores do Museu Nacional de Etnologia, em Lisboa, deixou um importante legado na investigação, estudo e trabalho de campo, "difundindo e ampliando o conhecimento da antropologia e da identidade portuguesa, ao longo de mais de sessenta anos".

Natural de Montedor, Carreço, Viana do Castelo, foi integrado, em 1959, nos quadros do Centro de Estudos de Etnologia Peninsular, estrutura que constituiu, desde meados dos anos 1940, o primeiro polo dedicado à investigação antropológica em Portugal e que, sob coordenação de António Jorge Dias, reuniu uma "notável equipa de investigadores", como Margot Dias, Fernando Galhano e Ernesto Veiga de Oliveira.

A partir de 1969, o seu percurso ficou também ligado ao Centro de Estudos de Antropologia Cultural, criado ete anos antes, em 1962.

Benjamim Pereira "participou ativamente no trabalho destes dois centros, com recolha de materiais, escrita de artigos, registos fotográfico e de vídeo", recorda a ministra da Cultura.

Este trabalho, quer a título individual, quer em conjunto com os demais colaboradores do Centro de Estudos de Etnologia e do Centro de Antropologia Cultural e Social, "foi fundamental para o nascimento do Museu Nacional de Etnologia, no qual Benjamim Pereira foi, até à sua aposentação, em 1990, responsável pela conceção, execução e montagem de todas as exposições realizadas, tendo publicado inúmeros artigos e livros da especialidade".

Até 2002 continuou ainda a colaborar na montagem e conceção gráfica de exposições realizadas no Museu de Etnologia, sendo o responsável pela organização das reservas deste museu dedicadas ao mundo rural português, que viriam a ser abertas ao público sob a designação de "Galerias do Mundo Rural".

Na área da museologia, a ministra da Cultura destaca ainda a cooperação de Benjamim Pereira com a Rede Portuguesa de Museus, tendo trabalhado na avaliação e consultoria de várias instituições e museus locais e regionais, "contribuindo para a dinamização desta referência de qualidade, de profissionalismo e de rigor na prática museológica".

O livro "Caminhos e Diálogos da Antropologia Portuguesa. Homenagem a Benjamim Pereira" foi editado na sequência de um colóquio de tributo realizado na Fundação Calouste Gulbenkian, em 2010.

Benjamim Pereira foi autor, com Ernesto Veiga de Oliveira, de vários filmes etnográficos, entre os quais "A Dança das Virgens" (1962), "Uma Malha em Tecla" (1970), "São Bartolomeu do Mar" (1970) e "O Linho" (1978).

O funeral do antropólogo Benjamim Pereira realiza-se na sexta-feira, às 15:00, em Carreço, Viana do Castelo, anunciou a Associação Portuguesa de Antropologia (APA), e o seu corpo estará a partir de hoje à tarde na capela mortuária de Carreço, localidade de onde é natural.

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