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Camilo Pessanha e 'The Waldheim Waltz' no Doclisboa

A estreia do documentário de Rosa Coutinho Cabral sobre Camilo Pessanha e a exibição de 'The Waldheim Waltz', melhor documentário no festival de Berlim, foram anunciados hoje para a edição do Doclisboa, que abre a 18 de outubro.

Camilo Pessanha e 'The Waldheim Waltz' no Doclisboa
Notícias ao Minuto

21:46 - 06/09/18 por Lusa

Cultura Documentário

A Associação pelo Documentário (Apordoc), que organiza o festival, anunciou ainda a estreia portuguesa de 'Infinite Football', reinvenção das regras do jogo, filmada por Corneliu Porumboiu, para a sessão de encerramento, e a estreia mundial do novo filme de Zelimir Zilnik, 'The Most Beautiful Country in the World', que integra a secção 'Da Terra À Lua', dedicada a temas da atualidade.

'The Waldheim Waltz', de Ruth Beckermann, que retoma a revelação do passado nazi do antigo secretário-geral das Nações Unidas Kurt Waldheim, foi premiado em fevereiro, em Berlim, e vai abrir o Doclisboa, numa sessão com a presença da realizadora.

O filme recorda a eleição de Kurt Waldheim para a presidência austríaca, em 1986, como 'ponto da viragem' política da época, recorda o silêncio de setores conservadores, o surto de antissemitismo e coloca o caso 'num contexto internacional mais vasto, assustadoramente oportuno', segundo a apresentação.

A secção 'Da Terra À Lua', que se estende ao longo do festival, inclui estreias de produções e coproduções portuguesas de Rosa Coutinho Cabral, Steve Sprung e Pedro Neves Marques, recorda os crimes do franquismo, em Espanha, o passado colonial de Madagáscar, o quotidiano na Faixa de Gaza e o labirinto administrativo vivido por imigrantes, em Viena, através da obra de Zelimir Zilnik, que estará em Lisboa para apresentar 'The Most Beautiful Country in the World', três anos depois de o festival lhe ter dedicado uma retrospetiva.

'Dead Souls', o novo filme de Wang Bing, sobre campos de morte no noroeste da China, do tempo da revolução cultural, fez parte da seleção oficial do Festival de Cannes, em maio, e tem estreia portuguesa no Doclisboa.

O cineasta venceu por três vezes a competição internacional do festival ('West of the Tracks', em 2003, 'Three Sisters', em 2012, e 'Father and Sons', em 2014), e, no ano passado, apresentou em Lisboa 'Bitter Money' e 'Mrs. Fang', distinguido em Locarno.

A secção inclui igualmente o prémio de melhor documentário em Cannes, 'Samouni Road', de Stefano Savona, uma perspetiva sobre a guerra em Gaza, a partir da celebração de um casamento, 'FAHAVALO, Madagascar 1947', coprodução entre França, Madagáscar, Bélgica e Cabo Verde sobre a revolta anticolonialista, de Marie-Clémence Andriamonta-Paes, e 'Of Fathers and Sons', de Talal Derki, dedicado ao quotidiano de uma família radical islâmica, premiado no Festival de Sundance, em janeiro.

'Unas Preguntas', de Kristina Konrad, sobre a memória da ditadura no Uruguai, 'El Creador de Universos', de Mercedes Dominioni, que aborda a síndrome de Asperger, 'The Raft', vencedor do festival CPH:DOX, na Dinamarca, e 'Yours in Sisterhood', de Irene Lusztig, que recorda a correspondência da revista feminista norte-americana Ms., também fazem parte da programação de 'Da Terra À Lua'.

A secção inclui ainda 'The Silence of Others', de Almudena Carracedo e Robert Bahar, sobre com sobreviventes dos crimes da ditadura de Franco, em Espanha. A exibição conta com a presença da realizadora e do representante da associação Nuestra Memoria, Paqui Maqueda. O documentário foi produzido por Pedro Almodóvar e premiado em Berlim.

A representação portuguesa nesta secção faz-se com as estreias de 'PE SAN IÉ', de Rosa Coutinho Cabral, 'O Plano', de Steve Sprung, que evoca o encerramento de uma fábrica, há 40 anos, num processo que se prefigura atual, e com a curta-metragem 'A Arte Que Faz Mal à Vista', de Pedro Neves Marques, sobre a estátua do padre António Vieira, em Lisboa.

O filme será exibido em conjunto com 'Ava Yvy Vera - A Terra do Povo do Raio', obra realizada por um coletivo indígena, do Brasil, que documenta a reconquista das suas terras.

A retrospetiva integral do cineasta colombiano Luis Ospina, realizador de 'Agarrando Pueblo', e o ciclo 'Navegar o Eufrates, Viajar no Tempo do Mundo', que explora o passado daquela região com obras como 'A Flood in Baath Country', de Omar Amiralay, censurado pelo regime sírio, já tinham sido anunciados pela organização.

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