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PCP lembra valorização salarial de Abril, ministra lamenta fatura paga por todos

O deputado do PCP Jorge Machado lembrou hoje no parlamento a valorização dos salários alcançada após o 25 de Abril de 1974, contrastando com a atual desigualdade entre trabalho e capital, enquanto a ministra das Finanças lamentou os seus custos.

PCP lembra valorização salarial de Abril, ministra lamenta fatura paga por todos
Notícias ao Minuto

16:15 - 18/12/14 por Lusa

Política Finanças

Numa interpelação ao Governo dos comunistas sobre empobrecimento e distribuição de rendimentos, o parlamentar do PCP afirmou que "um punhado de ricos ganha dez vezes mais que um milhão de portugueses", ao passo que Maria Luís Albuquerque defendeu que para proteger os mais desfavorecidos Portugal precisa de estabilidade e credibilidade financeiras.

"O país está confrontado com uma gigantesca e insustentável injustiça na distribuição da riqueza nacional. Portugal cria por ano cerca de 165 mil milhões de euros de riqueza. Para onde vai e como é distribuída?", questionou Machado, acusando a "política de direita" de ter como "eixo central" a concentração da riqueza "à custa da exploração de quem trabalha".

Segundo o deputado do PCP, "em 1975, fruto da valorização dos salários alcançada com a revolução de Abril, 73% da riqueza nacional destinava-se ao pagamento de salários" e, "em 2013, os salários representaram apenas 37% da riqueza nacional".

"Já os rendimentos do capital sofreram o processo inverso - em 1975 representavam 27%, mas em 2013 mais de 62% da riqueza nacional foi destinada a rendimentos de capital. Em apenas dois anos, o Governo PSD/CDS, ao mesmo tempo que promovia a concentração de riqueza nos já milionários do nosso país, atirou mais de 500 mil pessoas para a pobreza", disse.

A ministra das Finanças mostrou-se "plenamente de acordo" com a ideia de "um país mais justo e de uma mais justa distribuição da riqueza", elogiando "o esforço dos portugueses e do Governo, ao longo de três anos, depois de ter encontrado o país em pré-bancarrota e sem meios para fazer face às básicas funções do Estado".

"A primeira preocupação de um Governo para com os mais desfavorecidos é reestabelecer a estabilidade financeira e a credibilidade externa do país para podermos continuar a poder financiar-nos. Sem isso não há meios para proteger os mais desfavorecidos, que são os primeiros a sofrer com as crises e não têm opções", afirmou Maria Luís Albuquerque.

A responsável governativa lembrou diversas medidas como a atualização das pensões mínimas congeladas pelo governo anterior, o aumento do salário mínimo e dos subsídios de desemprego para casais, assegurando que "houve sempre mais de 85% dos pensionistas que não foram afetados" por alguma das iniciativas do executivo da maioria PSD/CDS-PP.

"Para proteger efetivamente os mais desfavorecidos, temos de ter finanças públicas sustentáveis e racionalizar os recursos para garantir que, não só hoje, mas amanhã, os portugueses continuem a ter acesso aos serviços essenciais, para que continuemos a ter credibilidade externa e, quando precisarmos, sejamos capazes de aceder ao financiamento. Nós também nos lembramos de 1975 e do estrago que isso fez ao país e da fatura que todos tivemos de pagar", concluiu.

O deputado do PSD Nuno Serra elogiou as políticas adotadas pelo Governo e afirmou não haver qualquer preconceito quanto às empresas porque "todas fazem falta, a micro, a pequena, a média e a grande".

"É preciso dar liberdade àqueles que a querem para construir a sua propriedade", afirmou, pedindo exemplos de países comunistas que proporcionem as mesmas funções sociais que Portugal e terminando com o apelo ao PCP: "Está na hora de mudarem porque Cuba também já mudou!", referindo-se ao recente reatamento de relações entre o país caribenho e os Estados Unidos da América.

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