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Polícias lutam hoje pelos mesmos direitos de há 25 anos

Vinte e cinco anos depois da manifestação conhecida por "secos e molhados", os polícias lutam hoje praticamente pelos mesmos direitos: melhores salários e condições de trabalho dignas.

Polícias lutam hoje pelos mesmos direitos de há 25 anos
Notícias ao Minuto

10:25 - 19/04/14 por Lusa

País ASPP

"Vinte e cinco anos depois há um conjunto de circunstâncias que deixam os polícias numa situação muito semelhante à dos secos e molhados. Infelizmente sentimos que há um retrocesso", disse à agência Lusa o presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP) a propósito do aniversário da manifestação "secos e molhados", que se assinala na segunda-feira.

A 21 de abril de 1989, os polícias exigiam liberdade sindical, uma folga semanal, transparência na justiça disciplinar com direito de defesa, melhores vencimentos e condições laborais.

A manifestação acabou em confrontos com o Corpo de Intervenção da PSP a lançar jatos de água e a usar bastões para dispersar o protesto dos polícias, na Praça do Comércio, em Lisboa, e com a detenção de seis agentes que estava dentro do Ministério da Administração Interna para entregar um caderno reivindicativo.

"Embora o contexto social, político e económico seja diferente. Neste momento, há um retrocesso", adiantou Paulo Rodrigues, sublinhando que "a grande luta neste momento é não perder o que foi conquistado ao longo do tempo".

Após 1989, os polícias conquistaram alguns direitos, como a liberdade sindical e mais do que uma folga semanal.

No entanto, há outros direitos conseguidos, muitos deles antes de 1989, como a pré-aposentaçao e saúde, e que se estão a perder, sustentou Paulo Rodrigues.

O presidente do sindicato mais representativo da PSP acrescentou que, na altura, os polícias queriam uma profissão digna e o reconhecimento de direitos, e, neste momento, "basicamente está a lutar-se pelo mesmo".

"Se hoje perguntarmos a um polícia como se sente na PSP ele vai dar uma resposta muito semelhante à de 1989, ou seja, o estado de espírito é o mesmo: a desmotivação e o não reconhecimento da profissão", frisou.

O sindicalista adiantou que "os polícias sentem que estão a viver uma situação muito semelhante ao que viviam naquele tempo", destacando que esse sentimento foi visível nas duas últimas manifestações, a de 21 de novembro de 2013 e 06 de março último, que foram as maiores realizadas no país.

"Polícias sem direitos, desmotivados e com dificuldades em desenvolver o seu trabalho não vão poder fazer um bom trabalho em prol da sociedade", concluiu.

Para assinalar a efeméride, no dia 21 de abril a sede nacional da ASPP/PSP estará aberta ao público para uma exposição evocativa da data e haverá lugar à exibição de um pequeno documentário.

No dia 22 de abril está agendada a conferência "21 de Abril de 1989, 25 anos depois -- caminhos e perspectivas", na Costa da Caparica, com a participação de José Pacheco Pereira, Bernardo Colaço, Vasco Santos, Nobre dos Santos (UGT) e Arménio Carlos (CGTP).

Neste evento, a ASPP/PSP pretende debater os contextos social, político e económico da época, perceber as razões que levaram os Polícias à manifestação de dia 21 de Abril de 1989 e analisar a decisão do Governo perante a manifestação dos Polícias.

O encontro, segundo a associação sindical, visa ainda debater o que mudou entre o período da realização da manifestação e a atualidade, tentar antever e preparar o futuro bem como definir paralelismos entre a contestação de há 25 anos e as recentes manifestações.

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