Médico galardoado diz que o Congo está doente
O ginecologista congolês Denis Mukwege disse hoje que a República Democrático do Congo está doente mas é possível curá-la, ao receber, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, o prémio Sakharov, pelo seu trabalho no tratamento de vítimas de violações.
© Reuters
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"O nosso país está doente, mas, juntos, com os nossos amigos, podemos e vamos curá-lo", declarou no hemiciclo de Estrasburgo o médico ginecologista e obstetra, de 59 anos, que todos os anos cuida de milhares de raparigas e mulheres violadas, usadas como arma de guerra por diferentes grupos armados.
A intervenção de Mukwege foi seguida com emoção pela assembleia, tendo o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, comentado que esta foi a vigésima cerimónia de entrega do Prémio Sakharov de Liberdade de Pensamento a que assistiu, mas que raramente viu "homens e mulheres a chorar no plenário", como sucedeu hoje, enquanto uma delegação congolesa entoava cânticos desde as tribunas.
Schulz enalteceu o trabalho de Mukwege, "que se bate pela dignidade das mulheres, pela justiça e pela paz no seu país", acrescentando que o Parlamento Europeu envia desta forma "um sinal forte" ao governo congolês, no sentido de que lhe cabe integralmente proteger e ocupar-se das vítimas de violações em massa, bem como levar a cabo as reformas necessárias no setor da segurança e instituições saídas de eleições justas.
Conhecido também como ‘Doutor milagre’, o médico, que foi alvo de uma tentativa de homicídio em outubro de 2012, fundou um hospital para cuidar das mulheres vítimas de violação e o seu nome foi já várias vezes avançado nas nomeações para o Nobel da Paz.
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