Dívida pública acima de 70% prejudica economia da zona eur
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) advertiu hoje, em pleno debate sobre a dívida pública na Grécia, que quando este valor supera 70 por cento do PIB há impacto negativo nos países da zona euro.
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Economia OCDE
"Em grande parte devido ao crescimento económico lento, a dívida pública aumentou acentuadamente durante a recente crise, para chegar a 111% do Produto Interno Bruto (PIB), em média, nos países da OCDE, em 2013, o nível mais alto desde a Segunda Guerra Mundial", disse a economista-chefe da organização, Catherine Mann, durante a apresentação de um um relatório no Fórum Económico de Aix-en-Provence, no sul de França.
"A nossa pesquisa mostra que tais níveis de dívida têm um impacto negativo sobre a economia", disse a responsável, defendendo que os governos devem adotar "metas prudentes de dívida a médio prazo", porque o nível de dívida pública a partir do qual a economia começa a ser prejudicada, no caso dos países da zona euro, está "entre os 50 e os 70%", enquanto para os países avançados este valor sobe para entre 70 e 90%.
Os 19 países europeus que partilham a moeda única devem ser, diz a OCDE, mais cautelosos com a gestão da dívida pública, essencialmente devido à ausência de política monetária a nível nacional, cláusula de não resgate, falta de partilha da dívida, maior dependência do financiamento externo e dificuldades de reações a choques externos.
O trabalho da OCDE surge num contexto particularmente polémico sobre a questão da dívida pública e da sua sustentabilidade devido à Grécia, o país com o maior rácio de dívida pública sobre o PIB (cerca de 180%).
Hoje mesmo o primeiro-ministro grego, dois dias antes do referendo em que os gregos dirão se aceitam o mais recente plano de reformas dos credores internacionais em troca de financiamento, defendeu "um corte de 30% da dívida" e um período de carência de 20 anos para assegurar "a viabilidade" dos pagamentos.
Alexis Tsipras também reiterou que o 'não' no referendo do próximo domingo "não é um 'não' à Europa", mas "à chantagem" para aceitar um acordo que não contenha uma solução sustentada para a dívida da Grécia.
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