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Gregos não pagaram dentro do prazo. E agora FMI?
Incumprimento do governo liderado por Alexis Tsipras deverá ter reação progressiva por parte do Fundo. Até que as negociações cheguem a ‘bom porto’, os gregos vão continuar a ser pressionados através de vários instrumentos legais.
© Reuters
Economia Zona Euro
Aquilo que se temia aconteceu. As negociações entre o executivo da Grécia e os credores europeus acabaram sem acordo, e Alexis Tsipras foi forçado a anunciar a suspensão do pagamento de ontem ao FMI.
Ultrapassado o prazo de amortização, que acabava às 23h00 em Portugal, o Estado grego entrou oficialmente em incumprimento. Agora, a pressão do FMI vai começar a aumentar lentamente, com a instituição liderada por Christine Lagarde a utilizar uma série de ‘ferramentas’ para obrigar a Grécia a pagar.
Segundo dados divulgados pelo Jornal de Negócios, o processo vai passar por várias fases, cada uma progressivamente mais grave. Christine Lagarde já garantiu que os três primeiros passos vão ser ‘acelerados’, o que significa que as primeiras ações por parte do FMI deverão demorar apenas alguns dias, em vez de um mês inteiro.
No imediato, o Fundo Monetário Internacional irá enviar uma mensagem à Grécia, seguindo-se um telefonema do diretor regional da instituição europeia a exigir o pagamento; o segundo passo é o envio de uma comunicação oficial a Alexis Tsipras, alertando para a gravidade do problema; é então que o processo passa para as mãos da diretora do Fundo, que envia uma notificação oficial do incumprimento ao Conselho de Administração.
Após três meses, surgirá um comunicado no site do Fundo a comunicar a dívida, sendo cortado todo o acesso aos instrumentos económicos de apoio. Entre os seis meses e um ano de espera, será feita uma reflexão sobre o corte permanente do acesso grego aos mecanismos do FMI, que poderá ser agravada com uma interrupção do acesso à assistência técnica após 15 meses sem pagar.
Se o incumprimento chegar a um ano e meio, a Grécia corre o risco de perder o direito de voto e representação no Fundo. A punição mais grave surge apenas após dois anos de não-pagamento, altura em que o FMI pode avançar para a expulsão grega da instituição internacional.
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