"Cavaco perdeu margem de manobra e PS o seu discurso"
O administrador da EDP Renováveis, António Nogueira Leite, comentou no Observatório de Economia, uma iniciativa do Diário de Notícias/BES, a recente crise política, considerando que ao aceitar a sétima remodelação no Governo, “a margem de manobra do Presidente da República reduziu-se imenso”, ao mesmo tempo que “o PS perdeu o seu principal discurso, que era pedir eleições antecipadas”. Nogueira Leite disse ainda estar pouco confiante de que a troika aceite “um corte de apenas dois mil milhões".
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Política Nogueira Leite
No primeiro Observatório Económico, realizado pelo DN e BES, o administrador da EDP Renováveis, António Nogueira Leite, afirmou que ultrapassada a crise política no País, “em princípio, as coisas, com a nova composição do Governo, deveriam funcionar melhor”, frisando que com este episódio, “a margem de manobra do Presidente da República reduziu-se imenso e o PS perdeu o seu principal discurso, que era o de eleições antecipadas”.
Para Nogueira Leite, com a sétima remodelação no Executivo “o CDS ficou extraordinariamente bem representado no Governo”, nomeadamente porque “tem as pastas-chave”, a da Economia, assumida por Pires de Lima, Solidariedade Social e Emprego, Pedro Mota Soares, além da designação de Paulo Portas como vice-primeiro-ministro.
Ainda assim, o administrador da EDP Renováveis diz temer que nem “todas as pessoas” que integram o Governo “estejam à altura das circunstâncias”. Sem precisar nomes, Nogueira Leite afirmou, por exemplo, que a ministra Maria Luís Albuquerque “está fragilizada com a questão dos swaps, mas mais por incompetência do Governo do que pelo que fez”.
“O Governo tem sido bastante errático no plano político, pouco eficaz a resolver pequenos problemas” que, por isso, “acabam por se transformar em grandes problemas”, destacou Nogueira Leite, acrescentando que o primeiro-ministro Passos Coelho terá assim de “vencer a desconfiança enorme dos mercados e dos credores oficiais relativamente ao que vamos conseguir fazer”.
Contudo, o administrador revela-se pouco confiante de que haja “margem para procrastinar” pelo que tem dúvidas de que a troika não aceite um corte de apenas dois mil milhões” em 2014, face aos 3,6 mil milhões de euros acordados entre o Executivo português e os credores internacionais.
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