Inquérito à CGD é "irresponsabilidade política e financeira"
Para Fernando Medina, "querer saber aquilo que todos já sabemos é para pagarmos todos mais no futuro”.
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Política Medina
O autarca Fernando Medina considerou esta noite, no seu espaço de comentário na TVI, que a proposta do PSD relativamente à Caixa Geral de Depósitos (CGD) “é uma irresponsabilidade política e uma irresponsabilidade financeira”.
Medina vai mais longe dizendo que a iniciativa dos sociais-democratas “mais não se trata de um jogo de pequena política”, não estando o PSD a cuidar das suas “responsabilidades políticas nem das consequências financeiras de tal decisão”.
Fernando Medina recorda que em 2011 e 2012, altura em que o governo anterior já estava em funções, o sistema financeiro português “foi avaliado de forma extraordinariamente meticulosa”
Segundo lembra o autarca de Lisboa, foram feitas inspeções aprofundadas, testes de stress, auditorias específicas às dívidas mas também aos pacotes de devedores, tendo em vista determinar as necessidades de capital para estabilizar o sistema financeiro.
Na altura, explica o socialista, a CGD viu avaliada na altura 86% da sua carteira de crédito - mais de 75 mil milhões de crédito concedido -, em que os auditores verificaram se esse crédito estava devidamente provisionado nas contas do banco e se estava em risco de incumprimento ou não.
E mediante o risco foi calculado qual era a necessidade de capital que a Caixa precisaria. Em 2012, foi determinado que as necessidades de capital eram de 1650 milhões, que a Caixa recebeu.
Ora, para Fernando Medina, “se agora for determinada uma necessidade de capital superior àquilo que são as estritas evoluções regulamentares, tal só se deve à evolução da carteira de crédito anterior a 2011 ou pela convicção que vamos ter que na altura a capitalização não foi bem feita”.
E isso, sublinha, revela o “padrão com que o governo anterior lidou com os problemas financeiros e capitalização do setor financeiro”. O autarca completa a sua opinião dizendo que o governo de Passos Coelho, “na ânsia de mostrar que não colocava dinheiro público nos bancos e de provocar ou dizer que estávamos em vias de uma saída limpa, não tomou as decisões que se impunham, na altura certa, para assegurar a sustentabilidade do sistema financeiro”.
“Fazer comissão de inquérito para não descobrir nada de novo é uma irresponsabilidade financeira que todos pagaremos. Querer saber aquilo que todos já sabemos é para pagarmos todos mais no futuro”, finaliza o socialista.
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