Natalidade: CDS pede consensos e Esquerda lembra "culpas" do passado
A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, pediu hoje consensos em torno da promoção da natalidade, tema de "urgência nacional" e que não deve motivar "querelas partidárias", mas foi confrontada à esquerda com as "culpas" do passado.
© GlobalImagens
Política Assunção Cristas
"Se não nos entendermos nisto, não vejo como os portugueses nos podem entender", afirmou Assunção Cristas, deixando um forte apelo a todos os grupos parlamentares para que, em sede de comissão eventual, se possam "melhorar" os 25 projetos de lei e de resolução que o CDS-PP apresentou para promover a natalidade e conciliar o trabalho e a família.
Intervindo no plenário da Assembleia da República, a deputada considerou que o tema da baixa natalidade do país é uma "urgência nacional" e a sua resolução deve estar acima de qualquer "querela partidária".
No entanto, PS, PCP e BE não mostraram abertura a estas propostas e optaram por confrontar a líder democrata-cristã com as medidas que o governo anterior (PSD/CDS-PP) tomou e que consideraram ter piorado a vida das famílias, como o "corte de salários e pensões", cortes nos abonos de família, no complemento solidário para idosos e na medida que resultou, na prática, numa redução do subsídio de parentalidade.
Pelo PS, João Galamba reconheceu que "o tema é importante" e até que "há propostas que são positivas da parte do CDS" mas considerou que em matéria de natalidade o CDS tem que "apresentar desculpas aos portugueses" e fazer um "mea-culpa" sobre o "contributo que deu para que o problema da natalidade se agravasse".
"As vossas propostas soam tanto a falsidade. Há um passado que o CDS quer pôr para debaixo do tapete mas que os portugueses não esquecem porque foram vítimas. (...) A história do CDS não é de todo amiga das famílias", declarou, no mesmo sentido, a deputada do PEV Heloísa Apolónia.
José Soeiro, do BE, perguntou a Assunção Cristas se o CDS não se podia ter lembrado de ser "amigo das famílias" quando o governo PSD/CDS-PP "cortou o RSI [Rendimento Social de Inserção] a 65 mil crianças", quando "rejeitou o pequeno-almoço gratuito nas escolas do ensino básico" e quando rejeitou a adoção e coadoção de crianças por casais homossexuais.
Num pedido de esclarecimento, a deputada do PCP Rita Rato acusou o CDS-PP de querer "lavar as responsabilidades que o CDS teve ao longo dos quatro anos na degradação das condições de vida das famílias".
"O CDS já foi o partido dos contribuintes, da lavoura, dos pensionistas e agora, quatro anos depois de cortar pensões e impostos, quer que os portugueses acreditem que se vai transformar no partido da natalidade. Este agendamento é de profunda hipocrisia política, acusou a deputada comunista.
Lamentando o tom "agressivo" e "crispado" das bancadas à esquerda, Assunção Cristas insistiu que é possível tentar "um mínimo consenso na matéria" e respondeu às críticas afirmando que o governo do qual fez parte esteve sob um programa de ajustamento financeiro assinado pelo governo PS.
A deputada argumentou que o governo PSD/CDS-PP conseguiu, apesar do programa de ajustamento "salvaguardar muitos apoios à família" até "progredir" assim que o país se viu livre da `troika´.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com