Grécia: Governo está a ser "firme e fiel" ao mandato democrático
O movimento de cidadãos Livre - Tempo de Avançar saudou hoje o Governo da Grécia por "mostrar ao mundo o que significa ser firme e fiel a um mandato democrático".
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Política Livre
Na sexta-feira à noite, o Governo de Atenas convocou um referendo para o dia 5 de julho, no qual o povo grego será chamado a decidir se aceita ou não o acordo proposto pelos credores - Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu.
Em comunicado, o movimento português critica os credores por tentarem impor "condições ruinosas" à Grécia.
"A União Europeia e o FMI quiseram obrigar o Governo da Grécia a aceitar a destruição completa do seu país em troca de dinheiro para pagar aos credores durante alguns meses", critica.
"A cada proposta do governo Grego, a União Europeia respondeu com exigências cada vez mais absurdas", acusa.
"Ao recusar o ultimato, e ao dar ao povo grego voz na decisão, o Governo Grego está a mostrar ao mundo o que significa ser firme e fiel a um mandato democrático", elogia o Livre.
Esperando que as instituições europeias aproveitem o tempo até ao referendo para reavaliarem as suas decisões, o Livre acredita que "ainda é possível, hoje e amanhã, evitar que se desencadeie um processo cuja evolução e consequências ninguém sabe prever".
Neste quadro, o Livre apela à união das esquerdas europeias na defesa de "uma solução sensata para a Grécia e para a União Europeia", considerando como "péssimo exemplo" os partidos socialistas e social-democratas que governam França, Itália, Alemanha e Holanda e "têm participado ativamente na estratégia de aniquilação da Grécia e de derrube do seu governo democrático".
Mas o Livre aponta também o dedo ao Governo português, "que tudo tem feito para dificultar as negociações com a Grécia", defendendo que o executivo de Pedro Passos Coelho "deve ser chamado a prestar contas pelo seu alinhamento com as posições mais aventureiras que estão a pôr em risco a União Europeia" e Portugal.
"Todos os que podem ter alguma influência nas decisões europeias têm o dever, nestas circunstâncias críticas, de clarificar as suas posições e de contribuir para que a sensatez prevaleça", apelam.
"O Governo português e a coligação terão de responder perante os portugueses pelas consequências desta irresponsabilidade para Portugal", frisam.
"Não há dívida, não há tratado, não há nada que justifique a condenação absurda de todo um povo à pobreza em violação flagrante dos direitos humanos", defende o Livre.
O Eurogrupo marcou para hoje uma reunião para se alcançar um compromisso de última hora entre Atenas e os credores internacionais -- que ainda decorre -, mas foi surpreendido com o anúncio, feito pelo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, de realizar um referendo, decisão que põe em causa a capacidade de Atenas para cumprir os seus compromissos, já que a extensão do atual programa de resgate termina na terça-feira.
As conversações entre as autoridades de Atenas e os credores estão suspensas.
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