MAS e Plataforma dos Cidadãos pedem recontagem dos votos
As candidaturas do MAS -- Movimento Alternativa Socialista e da Plataforma dos Cidadãos às legislativas regionais da Madeira enviaram hoje para o Tribunal Constitucional pedidos de recontagem dos votos, por considerarem terem existido "graves irregularidades".
© Reuters
Política Madeira
De acordo com uma nota do MAS, o pedido enviado ao Tribunal Constitucional (TC) requer "a recontagem de todos os votos válidos e nulos para que seja reposta a legalidade e democraticidade das eleições legislativas do passado dia 29 de março", por o partido entender que "existiram graves irregularidades em todo o ato eleitoral".
"O povo da Madeira já não acredita na política nem nos políticos e, após todo este descalabro eleitoral, aumentou ainda mais a nossa desconfiança em todo o sistema. O que se passou neste ato eleitoral é a confirmação daquilo que o MAS disse na campanha eleitoral - o sistema económico introduziu-se no sistema político-partidário e não quer ser fiscalizado pelos cidadãos livres, tentando eternizar os partidos do sistema e uma oposição marioneta dos interesses obscuros daqueles que não pagam impostos sobre os seus avultados lucros", realça no comunicado.
Em declarações à Lusa, hoje, ao final da manhã, o cabeça de lista do MAS, João Carlos Jardim, considerou que "a pouca vergonha a que se assistiu na terça-feira é prova de que os resultados foram manipulados".
"Vamos por em causa tudo isto junto da CNE [Comissão Nacional de Eleições]. Vamos procurar também o apoio dos outros pequenos partidos que foram também eles prejudicados. Vamos pedir a recontagem de votos, vamos pedir inclusivamente a anulação destas eleições", adiantou.
Também a Plataforma dos Cidadãos informou ter interposto "recurso para o Tribunal Constitucional da decisão da Assembleia de Apuramento Geral sobre os resultados eleitorais".
A decisão, refere um comunicado assinado pelo mandatário Miguel Fonseca, baseou-se "nas irregularidades publicamente conhecidas e que indiciam falta de transparência no processo eleitoral".
O PSD-Madeira viu terça-feira confirmada a sua 11.ª maioria absoluta, depois de uma noite atribulada em que, durante duas horas, um erro informático retirou aos sociais-democratas um resultado que têm conquistado em todas as eleições desde 1976.
No domingo, os resultados provisórios atribuíram 24 deputados ao PSD, o que garantia aos sociais-democratas a sua 11.ª maioria absoluta. No entanto, ainda na noite eleitoral, o cabeça de lista da CDU na Madeira, Edgar Silva, admitia a alteração deste cenário, já que a validação de cinco votos anulados na CDU retiraria a maioria absoluta ao PSD-M.
Na terça-feira, uma primeira recontagem da assembleia geral de apuramento chegou a retirar a maioria absoluta ao PSD e, pouco depois das 20:00, foi afixado um edital em que os sociais-democratas perdiam um deputado em benefício da CDU.
No entanto, menos de duas horas depois, a assembleia geral de apuramento detetou que os votos do Porto Santo não tinham sido contabilizados, por erro informático.
Por volta das 22:15 de terça-feira, o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições, João Almeida, presente na residência oficial do Representante da República, onde decorreu todo o processo, anunciou que, contabilizados os votos de Porto Santo, o PSD 'recuperava' a maioria absoluta e classificou o erro informático de "lamentável e indesculpável".
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