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Ucrânia parte da UE? "António Costa teve que engolir o que disse"

O comentador Miguel Morgado considerou que Zelensky 'venceu os europeus no seu jogo' nos últimos 300 dias e que esta guerra mostrou que a União Europeia (UE) "não está acabada."

Ucrânia parte da UE? "António Costa teve que engolir o que disse"
Notícias ao Minuto

09:20 - 22/12/22 por Teresa Banha

Política Miguel Morgado

O ex-deputado do Partido Social Democrata Miguel Morgado considerou, na quarta-feira, que o presidente da Ucrânia está a dar uma "lição" a todos, após "destroçar" o exército russo, ainda que muitos líderes estivessem reticentes no início da invasão na Ucrânia, a 24 de fevereiro deste ano.

"Lembro-me que António Costa dizia, em abril: 'Não é possível a Ucrânia ser membro da União Europeia. E depois teve que engolir o que disse e apoiar a [eventual] adesão no futuro", referiu o comentador, no seu espaço habitual do programa 'Linhas Vermelhas', transmitido pela SIC Notícias.

Mas o primeiro-ministro português não foi o único a mostrar resistência, de acordo com o que o analista lembrou, exemplificando também com o presidente de França. "[Emmanuel] Macron queria um grande entendimento com [Vladimir] Putin na véspera da invasão da Ucrânia. Foram e são os Estados Unidos que estão a salvar a Ucrânia", defendeu, notando ainda do chanceler alemão, Olaf Scholz, teve que ser "humilhado" em relação ao Nord Stream. "Foi [Joe] Biden que o humilhou em público - convém não esquecer", reforçou o doutorado em Ciências Políticas.

"Neste momento, Zelensky vai a Washington dizer: 'Eu e os ucranianos fizemos um trabalho que vocês acharam que não éramos capazes de fazer. Continuem a dar apoio, porque sem esse apoio nós não somos capazes de sobreviver'", afirmou, defendendo mais uma vez que o país presidido por Biden, e que foi o primeiro a ser visitado oficialmente pelo líder ucraniano desde a invasão na Ucrânia, é quem está a salvar a Ucrânia. Mas Miguel Morgado ressalvou ainda que o único país europeu que foi "indefectível" foi mesmo a Polónia, "com as limitações que tem".

De acordo com o comentador, a lição dada por Zelenksy ao Ocidente significa que os Estados Unidos "não são a política decadente" que muitas pessoas podiam julgar e que a "União Europeia não está acabada", algo que muitos poderiam também julgar, principalmente, após o Brexit, "A UE aceitou o impossível", rematou

Neste comentário, que ocorreu no rescaldo da conferência conjunto dos presidentes dos Estados Unidos e da Ucrânia, na Casa Branca, o social-democrata referia-se à presença de Zelensky e ao impacto da sua vinda. "[Zelenksy] Continua a dominar como ninguém a guerra no plano do simbólico, melhor até que os europeus, que perderam de vista - graças a guerras culturais em que estamos tão entretidos - a substância da nossa própria simbologia", sublinhou, ainda, antes de exemplificar com as posturas europeias no início da guerra.

"Foi Zelensky que converteu a agressão russa numa luta pela democracia - e contra todas as expetativas. A Ucrânia era uma democracia muito coxa, um  país corrupto com instituições muito frágeis - agora nem sabemos bem o que é porque agora é um governo heroico a lutar pela sobrevivência da possibilidade da Ucrânia existir no futuro", justificou.

Leia Também: Zelensky recebe ovação de pé no Congresso dos EUA. "Mundo depende de vós"

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