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"Nunca me considerei palhaço, intervenho com seriedade"

O ex-bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, concorre este ano, pela primeira vez, ao Parlamento Europeu. E a poucos dias da eleição que ditará quem serão os representantes portugueses em Bruxelas, o cabeça de lista do Partido da Terra dá uma entrevista ao Jornal de Notícias onde comenta as decisões do Governo e dos governantes europeus, elegendo as áreas chave que considera serem centrais para a Europa em relação a Portugal.

"Nunca me considerei palhaço, intervenho com seriedade"
Notícias ao Minuto

10:28 - 30/04/14 por Notícias Ao Minuto

Política Marinho Pinto

“Nunca me considerei palhaço, intervenho na vida pública com seriedade e sacrifício pessoal. Tenho um compromisso com a verdade. E a verdade não é este espetáculo degradante de vermos Paulo Rangel e Francisco Assis a encenarem divergências profundas sobre a Europa quando pensam e fazem o mesmo”, afirmou o candidato do Partido da Terra Marinho Pinto relativamente aos candidatos de PSD e PS e ao motivo pelo qual se candidata ao Parlamento Europeu.

Noutro ponto, o ex-bastonário da Ordem dos Advogados afirma, em entrevista ao Jornal de Notícias, que a crise e as consequentes medidas de austeridade estão mal distribuídas, sendo que, na opinião de Marinho Pinto, os cortes mais profundos deveriam ter sido feitos do lado dos mais fortes.

“A austeridade tem incidido só sobre o setor mais frágil da população. Por que é que o rendimento do trabalho paga 54% de impostos e o lucro de grandes empresas, como a EDP, baixou agora para menos de 20%”, referiu Pinto, adiantando que empresas que geram lucros em Portugal e pagam impostos noutro país são ‘criminosas’, acusando estas entidades de “traição nacional”.

Sobre os dez anos de Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia, o cabeça de lista do Partido da Terra é bastante crítico, chegando mesmo a afirmar que “Durão Barroso é o mordomo da Europa”.

“Os dirigentes portugueses, quer em Portugal, quer nas instituições europeias, são quase criados de quarto dos imperadores sem rosto da Europa. E [Durão] Barroso é o pior exemplo”, afirmou quando instado a dar opinião sobre o presidente da Comissão Europeia.

Sobre um eventual perdão da dívida portuguesa Marinho Pinto não tem dúvidas de que o caminho a seguir, apesar de envolver elevados sacrifícios, deve ser o de pagarmos as nossas dívidas.

“Até podemos precisar de 50 ou 100 anos para pagar, mas temos de afastar essa ideia de cortar na dívida. Pedimos dinheiro emprestado, gastamos o dinheiro e agora pedimos aos credores que nos perdoem? Não! Queremos é que a Europa faça investimento e crie condições de coesão”, referiu o político de 63 anos, mencionando ainda ser necessário que “os países mais desenvolvidos façam investimentos nos menos desenvolvidos, para garantir chão mínimo a partir do qual se possa, por exemplo, pagar a dívida”.

Neste particular, Marinho Pinto lamenta ainda o desperdício de fundos comunitários e afirma que se estes tivessem sido bem utilizados Portugal estaria bem melhor economicamente do que está.

“O que se passou com os fundos comunitários nos anos 80 e 90 é uma vergonha. Os milhões de contos que vieram da União Europeia foram roubados por políticos e empresários sem escrúpulos. Podíamos ter hoje uma economia saudável e não temos”, referiu relativamente a este tema.

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