"Chamo-me Tiago Mayan Gonçalves e sou o primeiro candidato genuinamente liberal a Presidente da República, apoiado pelo partido Iniciativa Liberal (IL)", foi assim que o candidato se apresentou ao portugueses.

E o advogado de 43 anos praticamente desconhecido do eleitorado quando apresentou a sua candidatura, a 25 de julho, a primeira que encabeça, foi ganhando visibilidade principalmente após os debates que tiveram como palco as televisões nacionais.

Na União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, onde cresceu e vive, há quem o conheça desde sempre e outros que o passaram a reconhecer da televisão ou dos cartazes de campanha.

"Era sossegado, calmo, nunca deu chatices. A gente cortava-lhe o cabelo na paz do senhor. Era um miúdo sem problema nenhum, só gostava era de falar de futebol, do Porto", afirmou Tozé Veloso, que há 36 anos corta o cabelo ao agora candidato presidencial.

Tiago Mayan continua a ir ao barbeiro de sempre e de cliente passou a ser considerado um amigo, mas foi com surpresa que Tozé Veloso teve conhecimento da candidatura, confessando ter pensado: "não pode ser, o Tiago com aquela calmaria e com aquela paz Presidente da República, mas pronto, a ver vamos".

E "realmente", afirmou, "tem sido muito bonito o trabalho dele".

Por este dias o barbeiro tem a agenda preenchida por clientes que estão a antecipar o corte do cabelo por causa do já anunciado confinamento, apesar de ainda não se saber se os barbeiros ou cabeleireiros poderão manter a atividade.

Quanto ao candidato brincou: "já está a precisar de um corte".

Tozé Veloso gostava de ter um Presidente da Republica sentado na sua cadeira e destacou como qualidades do candidato a "nobreza", a "calma", apontando ainda o facto de ser um "homem ponderado" e "lúcido naquilo que diz".

"Tem todas as condições de ser um bom Presidente se lá conseguir chegar", garantiu.

O mercado da Foz do Douro já foi palco para muitas ações de campanha. Para estas presidenciais as regras são outras devido à pandemia de covid-19 e não se espera ver por ali nem o candidato da terra.

Anabela Pinto trabalha no mercado há dois anos e disse que a campanha devia ser apenas "online" para preservar a saúde de todos, classificando Mayan como "um bom candidato".

"Ainda não é realmente uma pessoa que seja conhecida, é uma pessoa que está agora a ser conhecida. Gosto das ideias que ele transmite para o país (...) Acho que vai conseguir uma boa posição nestas eleições", afirmou.

Para esta portuense seria um "orgulho" ter um Presidente da República natural do Porto.

Logo ali ao lado, num dos espaços da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, Ana Furtado, membro do executivo, destacou a "participação muito ativa e muito motivada" de Mayan, que é membro suplente da assembleia de freguesia, eleito pelo movimento "Porto, o Nosso Partido", de Rui Moreira.

"Acho que é um excelente candidato e fiquei muito feliz com a sua candidatura. Acho que demonstra muita coragem física e psicológica pois não é fácil, nos tempos que correm, enfrentar pessoas com 20, 30, 40 anos de experiência como o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa", salientou.

João Miguel Pereira é mandatário para a juventude da candidatura liberal, tem 20 anos, reside e trabalha em Inglaterra e está atualmente em teletrabalho a partir de Portugal.

"O Tiago é um homem de coragem. Não é qualquer um que abandona a sua carreira profissional por seis meses, sem ganhar nada. O Tiago está a defender uma ideologia que ainda é minoritária em Portugal", salientou .

"O Tiago não tem a experiência política que os restantes candidatos têm (...) É um advogado que quer uma alternativa diferente para Portugal e é mesmo isso que ele está a fazer. E o que o Tiago não tem em carisma, está a mostrar em ideias", salientou.

Mayan foi militante do PSD e é um dos fundadores da Iniciativa Liberal.

Concorrem às eleições de 24 de janeiro sete candidatos: Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP), Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).

Leia Também: Seis contra um no debate final. Marcelo à defesa em ataque concertado