CDU reconhece resultado "particularmente negativo" nos Açores
O coordenador do PCP nos Açores reconheceu hoje que a CDU teve "um resultado particularmente negativo" nas eleições regionais deste domingo, em que perdeu o único deputado que tinha no parlamento da região.
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Política Açores/Eleições
"Os resultados da CDU, traduzidos na perda de representação na ALRAA [Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores], apesar de avanços significativos no círculo do Faial, constituem o fator mais negativo destas eleições", afirmou Marco Varela, acrescentando que a não eleição "constituiu um resultado particularmente negativo na vida política regional e um significativo empobrecimento democrático".
O coordenador regional comunista lembrou a "fragilização da intervenção em defesa dos trabalhadores e do povo açoriano" que se verificou no mandato de 2004 a 2008, quando a CDU também não elegeu.
Sobre a sua continuidade na liderança da estrutura regional do Partido Comunista, Marco Varela apenas afirmou que o partido irá reunir "nas próximas semanas" e que essas questões serão "discutidas internamente, coletivamente".
Para o candidato pelos círculos eleitorais do Corvo e de compensação, "estas eleições ficam marcadas pelo surgimento de forças sem percurso ou contribuição real na vida política e social da região, que, sem propostas ou projeto concreto para a região, encontraram na demagogia e na exploração de um ambiente de descrença generalizada com a falta de resposta aos seus problemas, espaço para recolha de votos que se revelaram inconsequentes".
Marco Varela também destacou a "obtenção de uma maioria do PS, um resultado que não é separável da intensa campanha de condicionamento eleitoral e que beneficiou ainda da instrumentalização, por parte do Governo Regional, da situação criada com a epidemia de covid-19, utilizando aquilo que são responsabilidades e deveres de intervenção, de prevenção sanitária, em argumento e propaganda eleitoral"
De acordo com os resultados provisórios divulgados pela Direção Regional de Organização e Administração Pública (DROAP), o PS ganhou as legislativas regionais de hoje, mas perdeu a maioria absoluta no parlamento da região, ao alcançar 39,13% (40.701 votos) e 25 deputados.
O PSD, com 33,74% (35.091 votos), garantiu 21 mandatos, seguido pelo CDS-PP com 5,51% (5.734 votos), que elegeu três deputados, além de um parlamentar em coligação com PPM (com 115) votos.
O Chega, que concorreu pela primeira vez às regionais dos Açores, teve 5,06% (5.260 votos), elegeu dois deputados, tal como o BE, que alcançou 3,81% (3.962 votos).
O PPM obteve 2,34% (2.431 votos) e elegeu um deputado, além de um outro eleito em coligação com o CDS-PP.
A Iniciativa Liberal, que também concorreu pela primeira vez à Assembleia Legislativa dos Açores, conseguiu 1,93% (2.012 votos) e elegeu um deputado, assim como o PAN que teve percentagem idêntica e apenas menos oito votos.
A coligação PCP/PEV, que tinha eleito um deputado há quatro anos não conquistou nenhum mandato, tendo obtido 1,68% (1.745 votos).
As legislativas dos Açores decorreram com 13 forças políticas candidatas aos 57 lugares da Assembleia Legislativa Regional: PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PPM, Iniciativa Liberal, Livre, PAN, Chega, Aliança, MPT e PCTP/MRPP. Estavam inscritos para votar 228.999 eleitores.
No total, são 10 os círculos eleitorais - um por cada ilha açoriana mais o círculo de compensação.
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