"O PCP pode queixar-se de uma campanha" no caso da Festa do Avante!
Francisco Louçã comentou a Festa do Avante! e considerou que a parte da polémica poderia ter sido evitada se o PCP e a DGS tivessem divulgado antecipadamente as normas sanitárias.
© Global Imagens
Política Francisco Louçã
Francisco Louçã recorreu ao seu espaço de comentário na SIC Notícias para falar sobre a Festa do Avante! e considera que as imagens que tem visto têm sido "muito tranquilizantes".
"Vê-se que há pouca gente. Estive em praias do Algarve com muito mais gente e suponho que é uma experiência partilhada", começou por dizer, referindo no entanto, querer deixar algumas notas.
Para o bloquista, "é bom haver atividade política num país democrático, que vive uma recuperação da normalidade e é bom que haja iniciativas culturais", além disso, considera, "o PCP pode queixar-se de uma campanha, sobretudo da parte do PSD e de alguns outros setores".
"Mas acho que Rui Rio levou esta campanha a pontos excessivos", como no caso da "citação de uma página falsa do New York Times, como se houvesse um alarme internacional sobre esta questão - tudo isso foi campanha", constatou.
No entanto, rematou o comentador, "tudo isto poderia ter sido evitado ou pelo menos em parte", se "o PCP tivesse tido a cautela de regular com a Direção Geral de Saúde e a DGS tivesse cumprido mais rapidamente a sua função de fazer propostas sobre as normas sanitárias para proteger as pessoas", sobretudo porque "as normas são claras, poderiam ter sido conhecidas logo".
Sobre a interpretação de Marcelo Rebelo de Sousa sobre a situação, Louçã considera que foi um pouco "excessiva", porque "o Presidente da República foi um pouco mais comentador sobre a hipótese de interpretações futuras do que Presidente".
"Creio que fez bem no dia em que pressionou a DGS a tornar público o seu relatório. Percebemos agora que se esse relatório tivesse sido conhecido uma semana, duas semanas, dois meses antes, muito melhor era para o PCP, para a opinião pública, para os moradores, para todas as pessoas, porque dá regras, percebe-se como podem ser cumpridas e dá confiança de que vão ser cumpridas", disse.
Para o economista, as palavras de Marcelo foram sobretudo preocupantes, porque "estamos à beira de uma decisão muito importante que é a abertura das escolas" e por isso "as palavras têm todas se ser muito bem medidas" sobre os sinais que dão às populações. Recorde-se que Marcelo admitiu não estar "tão otimista" como DGS ou PCP relativamente à realização do Avante!.
A Festa do Avante! começou esta sexta-feira e continua durante o fim de semana sob o olhar atento do país, pois tem estado debaixo de polémica devido ao contexto pandémico de Covid-19, com críticas de vários partidos políticos mais à direita, entre outras personalidades. As recomendações da DGS permitem no máximo 16.563 pessoas por dia, nos 30 hectares do recinto e a venda de bebidas alcoólicas vai ser proibida a partir das 20h horas, com exceção à zona de restauração. Os participantes do evento devem garantir o distanciamento físico de dois metros entre pessoas, em todos os espaços do recinto, salvo se forem coabitantes e são obrigatórias plateias sentadas nos espetáculos.
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