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Derrame. Livre apela a comunidade internacional que se mobilize

O partido dirigido por Rui Tavares refere que a tragédia ambiental nas Maurícias "demonstra a urgente necessidade de acelerar a transição para fontes de energia renovável".

Derrame. Livre apela a comunidade internacional que se mobilize
Notícias ao Minuto

08:20 - 13/08/20 por Mafalda Tello Silva com Lusa

Política Ilha Maurícia

O Livre apelou, esta quarta-feira, para que a "comunidade internacional se mobilize para ajudar na contenção e reparo dos ecossistemas afetados" na sequência do derrame de combustível que assolou esta semana a Ilha Maurícia

"O Livre solidariza-se com as dezenas de voluntários e organizações que tentam minimizar os estragos da catástrofe ambiental. Esta tragédia demonstra a urgente necessidade de acelerar a transição para fontes de energia renovável, produzidas localmente", refere o partido em comunicado. 

Recordando que Pravind Jugnauth, primeiro-ministro da República das Maurícias, já declarou o estado de emergência no país, o Livre sublinha que a rutura do navio petrolífero é um "desastre ambiental" e que "representa uma perda inestimável de biodiversidade e ameaça a sobrevivência de milhares de pessoas". 

"O navio carregava mais de 4.000 toneladas de gasóleo e petróleo, que estão a vazar para o Oceano Índico e a espalhar-se rapidamente. Esta catástrofe ambiental era anunciada, pois o navio estava encalhado num recife desde 25 de julho. A incapacidade das autoridades para lidar com esta tragédia é evidente, pois o plano de contingência de derramamento de petróleo da República das Maurícias não prevê equipamentos para lidar com derramamentos desta magnitude", argumenta o partido. 

Mais, para o Livre, este "modelo extrativo atual representa enormes riscos" para o equilíbrio dos ecossistemas, que sofre, com esta tragédia ambiental, "um forte abalo com a ameaça à existência de milhares de espécies". Assim, o partido liderado por Rui Tavares defende que "apenas um modelo de desenvolvimento ecológico e solidário pode responder à crise ambiental que vivemos, não deixando ninguém para trás".

"É necessário que as consequências deste desastre não fiquem ao encargo dos habitantes das Maurícias. Não podem ser os mesmos de sempre a pagar mais uma fatura ecológica e económica que não serve o desenvolvimento e bem estar das comunidades locais", é declarado ainda na referida nota. 

Por fim, o Livre garante que irá continuar a lutar pelo por um modelo de desenvolvimento ecológico e solidário que responda à atual crise ambiental: "Não temos tempo a perder".

Cerca de 400 toneladas do petróleo derramado já terão sido removidas do mar

O primeiro-ministro das Maurícias declarou, ontem, o derrame um desastre nacional. O governo de Jugnauth está a ser pressionado para explicar porque não tomou medidas imediatas para esvaziar o navio quando ele encalhou, a 25 de julho. Duas semanas mais tarde, devido à ondulação, o navio rompeu-se e começou a derramar fuelóleo.

Parte das águas turquesa do arquipélago ficou manchada de negro, ameaçando mangais e afetando aves marinhas e répteis. Milhares de pessoas têm estado envolvidas nos trabalhos de limpeza, usando bombas improvisadas e folhas de cana de açúcar para tentar conter o petróleo. Estima-se que cerca de 400 toneladas do petróleo derramado já tenham sido removidas do mar.

França enviou um navio, aviões militares e técnicos desde a ilha vizinha de Reunião após um pedido de auxílio das Maurícias na semana passada. Especialistas japoneses estão a ajudar e as Nações Unidas enviaram peritos.

As autoridades já preveniram que o barco pode partir-se em dois a todo o momento, com as fissuras no casco a alargarem-se de dia para dia. "É essencial que o navio seja esvaziado antes de se partir", disse Jean Hugue Gardenne da Fundação da Vida Selvagem das Maurícias. A fundação teme que o derrame destrua o trabalho que tem estado a fazer desde 1985 para recuperar aquela área protegida.

Fontes próximas do inquérito avançaram à AFP, sob anonimato, que o navio ia da China para o Brasil. O capitão, de nacionalidade indiana, e a tripulação estiveram hoje sob interrogatório policial. Uma das questões que se procura esclarecer é a razão pela qual o navio navegava tão perto das costas da Maurícia. Agora, as atenções estão focadas no que os investigadores sul-africanos conseguirem extrair da caixa negra do navio.

As Maurícias e os seus 13 milhões de habitantes dependem do mar para a alimentação e o turismo, crucial para a sua economia.

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