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Santana Lopes considera que política está "de cabeça para baixo"

O líder do partido Aliança, Pedro Santana Lopes, considera que a política portuguesa está de cabeça para baixo na sequência da polémica em torno do descongelamento das carreiras dos professores.

Santana Lopes considera que política está "de cabeça para baixo"
Notícias ao Minuto

07:24 - 06/05/19 por Lusa

Política Aliança

Em entrevista hoje publicada no jornal i, Pedro Santana Lopes afirmou-se "em choque" com a primeira versão aprovada no parlamento do diploma que devolve todo o tempo de carreira congelado aos professores porque foi "um dos piores momentos da direita no pós-25 de abril.

O parlamento aprovou na quinta-feira, na especialidade, uma alteração ao decreto do Governo, com os votos contra do PS e o apoio de todas as outras forças políticas, estipulando que o tempo de serviço a recuperar pelos professores são os nove anos, quatro meses e dois dias reivindicados pelos sindicatos dos docentes.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro anunciou que se demitirá caso a contabilização total do tempo de serviço dos professores seja aprovada em votação final global no parlamento.

No entendimento de Pedro Santana Lopes, quem abriu a caixa de Pandora foi o Governo com todas as expectativas que foi sustentando ao longo destes anos.

"Depois, o Governo abre a caixa para uns, fecha para outros, passa a vida a abrir e a fechar a caixa. E portanto houve aqui uma inversão de papéis -- o PSD e o CDS fizeram de geringonça, e Costa e Centeno fizeram de Passos Coelho e Vítor Gaspar", ironizou.

Segundo o líder da Aliança, também Paulo Portas não pode ser esquecido porque fez parte do Governo.

"Diria que a política portuguesa está 'upside down,' de cabeça para baixo, ao contrário. E isso também foi um erro muito grave da direita no parlamento porque deu a António Costa e Mário Centeno a oportunidade de consolidar uma imagem, ou de chamarem para si essa imagem das contas certas, que é um património também ele da direita e do centro-direita", disse.

O líder do partido Aliança considera que esta "inversão de papéis" é "altamente desprestigiante" para a política nacional.

Sobre o anúncio do líder do PSD, Rui Rio de que o partido vai propor no plenário da Assembleia da República a inclusão de propostas de salvaguarda que apresentou na comissão parlamentar de Educação, Pedro Santana Lopes considerou que "há aqui um manifesto recuo".

"Rui Rio não volta a dizer que não conhece o texto aprovado em comissão [como o fez na passada sexta-feira]. (...) Mas a questão factual é esta: Rui Rio assume a contagem do tempo integral, diz que tem de ser negociada e não fala de uma questão muito importante. Independentemente da razão dos professores, a posição da Aliança é a de que se existe o descongelamento de carreiras para uma classe profissional tem que ser avaliada as consequências dessa posição para todas elas", sustentou.

De acordo com o líder do partido Aliança, o Governo conduziu este processo dos professores "muito mal logo de início".

"A Assembleia não pode legislar, o Governo decidir por uma classe e esquecer todas as outras que têm uma natureza jurídica equivalente", defendeu.

Questionado sobre o que faria a Aliança neste caso, Pedro Santana Lopes sublinhou que o partido "só aceitaria falar na perspetiva de um trabalho para todas as classes profissionais".

"E depois era preciso saber quanto custaria, saber quanto custaria, saber qual era a margem financeira para depois tomar a decisão. A Aliança nunca aceitará decidir trabalhar só para uma classe por razões meramente conjunturais ou meramente eleitorais", disse.

Sobre um possível entendimento entre a Aliança e o PS num cenário de eleições antecipadas, Pedro Santana Lopes afirma que as coligações não estão "no caminho" do partido.

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