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Coordenador de transportes da AMP admite deixar cargo por "divergências"

O coordenador da área dos transportes na Área Metropolitana do Porto (AMP), Marco Martins, admitiu hoje "divergência de opiniões" com o presidente desta entidade, apontando que está a "ponderar se abandona ou não o cargo".

Coordenador de transportes da AMP admite deixar cargo por "divergências"
Notícias ao Minuto

18:56 - 06/02/19 por Lusa

Política com presidente

"Já coloquei o meu lugar à disposição várias vezes e hoje [após serem conhecidas as verbas para o Passe Único para o Porto] foi a gota de água", disse Marco Martins que é também presidente da Câmara de Gondomar e que falava numa reunião camarária em resposta a perguntas colocadas pela oposição sobre a questão do passe único e da relação atual entre municípios na AMP.

À margem da sessão, em declarações aos jornalistas, Marco Martins, disse que a decisão de manter-se ou não como coordenador está reservada para esta noite: "Espero que a noite seja uma boa conselheira", disse.

Já questionado sobre se entrou em rutura com o líder da AMP, Eduardo Vítor Rodrigues, Marco Martins disse que "não", mas admitiu "divergências de opinião".

"Não entrei em rutura com ele [presidente da AMP] nem com ninguém, mas temos divergências de opinião que são legítimas. Não quero criar polémicas e confusões, quero promover e incentivar a mobilidade na AMP", referiu.

Confrontado com esta posição, em declarações à agência, Eduardo Vítor Rodrigues, disse esporear que Marco Martins não abandone o cargo.

"Com franqueza espero que isso não aconteça porque acho que o presidente da Câmara de Gondomar tem tido um papel muito importante neste processo e na área dos transportes. Seria uma pena que tomasse uma posição destas agora que chegamos a uma fase final do passe único e a uma fase final do concurso na AMP. Espero que a almofada seja boa conselheira", referiu.

Na base desta posição de Marco Martins está o Passe Único, cujo diploma com os valores e os termos do Programa de Apoio à Redução do Tarifário dos Transportes Públicos (PART), para incentivar o uso dos transportes coletivos nas grandes cidades, foi publicado terça-feira em Diário da República.

A Área Metropolitana de Lisboa, com mais de 464 mil utilizadores dos transportes públicos, é a que vai receber a verba maior, no valor de 74,8 milhões de euros, comparticipando o programa com 1,8 milhões, enquanto a Área Metropolitana do Porto, com 177,5 mil utilizadores, vai receber 15,4 milhões e comparticipar com 377 mil euros.

"Já há muito tempo que tenho vindo a dizer que não percebo porque é que sou coordenador da área dos transportes e este assunto [o Passe Único] está-me a passar totalmente ao lado. Tem sido o entendimento que é o senhor presidente da AMP [Eduardo Vítor Rodrigues] quem trata do assunto", disse Marco Martins.

O também autarca de Gondomar apontou que ficou "muito triste" com o que viu "nas primeiras páginas de hoje", apontando que "Lisboa tem mais dinheiro que o Porto" e que receava que isso pudesse acontecer.

"As contas estão mal feitas e a culpa não é do Governo, a culpa é da AMP que indica ao Governo as contas sem validação técnica ou política. O que o Porto reclamou ao Governo não é suficiente. Este é um assunto que me entristece e magoa. Dediquei-me durante muitos anos a esta questão e tenho visto agora a correr mal, portanto amanhã [quinta-feira] irei tomar uma decisão sobre esse assunto", acrescentou o autarca.

Já Eduardo Vítor Rodrigues desmentiu, à Lusa, que Marco Martins esteja à margem da discussão sobre o Passe Único e defendeu que "os serviços técnicos têm de ter liberdade para trabalharem e não podem estar sempre a envolver os políticos".

"Se há presidente da Câmara que esteve envolvido neste processo foi o presidente da Câmara Marco Martins. Quando tivemos a cimeira de Sintra em março do ano passado, na reunião preparatória que aconteceu no dia anterior, estiveram presentes o presidente da Câmara do Porto e o presidente da Câmara de Gondomar. Desde o primeiro dia toda a negociação deu-se com o presidente da Câmara de Gondomar", disse o presidente da AMP.

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