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Se Guaidó "receber dinheiro da venda de petróleo", será "o fim de Maduro"

A eurodeputada Ana Gomes disse hoje ter informações seguras de que o núcleo ligado a Juan Guaidó, autoproclamado Presidente interino da Venezuela, se prepara para receber dinheiro das exportações de petróleo, o que "asfixiará" o regime de Nicolas Maduro.

Se Guaidó "receber dinheiro da venda de petróleo", será "o fim de Maduro"
Notícias ao Minuto

19:12 - 28/01/19 por Lusa

Política Ana Gomes

A eurodeputada disse ter sido informada, por um elemento do grupo que suporta Juan Guaidó, de que as empresas norte-americanas que importam petróleo da Venezuela se preparam para começar a pagar as compras a um governo transitório por ele liderado.

"Se isso acontecer, será o fim do regime de Nicolas Maduro", disse Ana Gomes, em declarações à Lusa.

A eurodeputada explica que, sem o dinheiro do petróleo, o governo de Nicolas Maduro fica sem verbas para sustentar o exército, podendo perder o apoio militar que suporta o regime.

"Por isso é que é tão importante que o grupo à volta de Guaidó consiga criar uma estrutura que possa receber esses fundos do petróleo, que são essencialmente originários de empresas petrolíferas do Texas, nos Estados Unidos", afirmou Ana Gomes.

Esta tese foi recentemente corroborada por Francisco Rodríguez, um antigo assessor económico da Assembleia Nacional da Venezuela, que afirmou, em declarações à National Public Radio, dos EUA, que havia forte probabilidade de as empresas norte-americanas começarem a enviar os pagamentos do petróleo para contas no estrangeiro, que possam ser acedidas pela equipa de Juan Guaidó.

"E sem esse dinheiro, Maduro dificilmente resistirá. Desde logo porque não terá dinheiro para pagar aos militares, que podem rapidamente passar-se para o lado da oposição", sustentou a eurodeputada.

Para Ana Gomes, contudo, é preciso que a comunidade internacional continue a fazer pressão, para que Nicolas Maduro aceite condições para eleições livres e democráticas.

"Até porque Maduro tem do seu lado a Rússia", disse a eurodeputada, lembrando que o governo russo tem fortes interesses comerciais com a Venezuela, nomeadamente na venda de armas, pelo que dificilmente aceitará "largar mão" do regime de Nicolas Maduro, que continua a apoiar.

A 23 de janeiro, Juan Guaidó, o presidente do Parlamento, autoproclamou-se "Presidente" da Venezuela, prometendo um "governo de transição" e "eleições livres", perante uma multidão de opositores de Nicolas Maduro.

Após eleições em que estiveram ausentes as principais forças da oposição, Maduro foi investido, a 10 de janeiro, para um segundo mandato como chefe de Estado e de Governo, cuja legitimidade não foi reconhecida por grande parte da comunidade internacional.

Neste cenário, a Venezuela enfrenta uma crise política que já levou vários países europeus, incluindo Portugal, a lançarem um ultimato ao Presidente Nicolás Maduro para convocar eleições no prazo de uma semana.

Caso Maduro não o faça, Portugal, Espanha, Alemanha, França e Reino Unido vão reconhecer Juan Guaidó como chefe de Estado interino, com poder para conduzir o processo eleitoral.

A repressão dos protestos antigovernamentais da última semana na Venezuela já provocou 35 mortos e 850 detidos, de acordo com o mais recente balanço divulgado por diversas ONG.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU. Na Venezuela residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

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